Happy ending

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Minha ideia de felicidade sempre foi muito simples, uma casa pra morar, comida na mesa e boas companhias, era o suficiente. Já Josie, na sua forma exagerada de ser, gostava de ter tudo do bom e do melhor. Não a julgava, aliás dividimos bem os nossos costumes ao longo dos anos. Sabia que ela não iria querer para os nossos filhos uma vida menos luxuosa do que a que ela teve.

Eu e Sebastian recebemos o nosso veredicto nove meses depois do tiroteio: 5 anos e 6 meses. Seriam mais, mas Thea e Mg conseguiram diminuir a pena. O tempo todo tive Hope ao meu lado. Apesar de só poder receber visita uma vez por semana e ter direito a alguns minutos de ligação, ela não desistiu.

Quando a vi pela primeira vez, sete meses depois da noite trágica do nosso casamento, não tive outra reação que não fosse chorar. Ficamos abraçadas e em lágrimas até o guarda chegar para dizer que não podíamos manter contato físico.

Era um sonho, depois de tanto tempo estar sentindo aquele cheiro que tanto me deixava calma, que tanto me fazia bem e que eu poderia sentir pelo resto da vida sem reclamar. Ela era exatamente a pessoa pela qual eu mesmo sem saber havia procurado a vida toda. Ter Hope junto comigo e minha família era minha ideia perfeita de felicidade.

Tudo o que ela me dizia era 'confia em mim, vai ficar tudo bem' e realmente tudo ficou. Não me arrependo de ter acreditado no meu amor. O tempo, de repente, se tornou produtivo pra mim lá dentro. Tive a chance de crescer o que não havia crescido em anos. Aprendi coisas novas, também pude ensinar, mas não levaria nada lá de dentro comigo. Foi uma experiência traumática demais, que ainda me traziam alguns pesadelos.

Mas nada que eu não pudesse superar, comecei a fazer terapia, Sebastian e eu. Josie deu a ele um cargo de confiança na empresa, privilégios de ser cunhado de Hope Mikaelson. E ela, também amadureceu bastante durante todo esse processo. Estava mais serena, mais leve, sabia lidar sem stress, até com as situações mais complicadas. O tempo muda as pessoas sim.

Me impressionou sair da prisão e ver que tínhamos um quarto na casa de meus pais, com direito a cama de casal e nossas fotos penduradas na parede, ideia do meu pai, claro, construir o lugar dos sonhos era com ele mesmo. A casa de Hope não existia mais, ela me contava todos os detalhes da reforma a cada visita que me fazia, eu nunca imaginaria algo tão perfeito.

Nem tão grande, nem tão pequena, era aconchegante. A casa dos sonhos que de uma forma ou outra eu havia ajudado a planejar. Ela pensou em todos os detalhes, e eu me apaixonei mais uma vez pela pessoa que ela havia se tornado. Dedicada, maravilhosa, definitivamente o amor da minha vida.

Meus pais também tinham um quarto lá, assim como Sebastian e Lizzie. Recebemos muitas requisições de quartos, Lizzie costumava passar dias com a gente quando Mg precisava viajar a negócios. Ela e Hope construíram uma amizade sólida ao longo dos anos, cheia de cumplicidade e amor. Isso mantinha meu coração aquecido. Lizzie era parte de mim, minha pessoa, e isso nunca mudaria.

Tinha dias que tudo o que queria era o colo da minha mãe. As comidas gostosas que meu pai cozinhava. Os abraços de Hope que me faziam esquecer toda a maldade do mundo.

Tudo o que eu mais queria era abraçar ela, e sair correndo daquele lugar. Deixar o inferno para trás e viver no paraíso que eu só conheci depois que me permiti amar aquela mulher. O amor dela me salvou de tantas maneiras que muitas vezes eu desejei tê-la encontrado antes. Seria tudo diferente, eu não teria cometido tantos erros e não estaríamos nessa situação hoje.

O restante da nossa pena seria cumprida em casa. Não poderíamos sair do país, da cidade, do bairro, até uma nova decisão do juíz. Estava confiante por que tínhamos advogados ótimos.

Amor por Contrato - Hosie Onde as histórias ganham vida. Descobre agora