Capítulo 9. Encontro

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Levei um momento para recuperar a voz.

— O que vocês estão fazendo aqui?

Ela inclinou a cabeça para o lado.

— Você se lembra do meu parceiro, o detetive Hajun. Importa-se que a gente entre e lhe faça algumas perguntas?

Ela não parecia estar pedindo permissão. O tom era quase ameaçador.

— O que houve?

— Sua mãe está em casa? — perguntou ela.

— Está na aula de ioga. Por que? O que aconteceu?

Os dois limparam os pés no tapete e entraram.

— Pode nos contar o que houve entre você e Kim Seokjin na biblioteca na noite de quarta? — perguntou o detetive Hajun, desabando no sofá.

A detetive continuou de pé, examinando as fotos de família na prateleira sobre a lareira.

Precisei de um momento para entender. Kim Seokjin. Quarta à noite. 

— Seokjin? Está tudo bem com ele?

Não era segredo pra ninguém que eu não tinha um lugar especial para Seokjin no meu coração. Mas isso não significava que eu o quisesse metido em encrenca ou, pior, correndo perigo. Principalmente se a encrenca aparentemente me envolvesse.

A detetive pôs as mãos nos quadris.

 — O que faz você pensar que ele não está?

— Eu não fiz nada com Seokjin.

— Por que os dois estavam discutindo? — perguntou Hajun. — O segurança da biblioteca disse que o clima entre vocês estava ficando pesado.

— Não foi bem assim.

— Como foi então?

— Trocamos insultos. 

— Que tipo de insultos?

— Grosserias estúpidas.

— Gostaria de ouvir tais grosserias, Jungkook.

— Eu o chamei de porco anoréxico.

Meu rosto ficou corado e minha voz deixou transparecer a humilhação. Se a situação não fosse séria, eu preferiria ter inventado algum xingamento mais cruel e insultante. 

Os detetives se entreolharam.

— Você o ameaçou? — continuou Hajun.

— Não.

— Para onde foi depois que saiu da biblioteca?

— Para casa.

— Você seguiu Seokjin?

— Não. Como disse, vim direto para casa. Vai me dizer logo o que aconteceu?

— Você tem uma testemunha disso? — perguntou Marie.

— Meu colega de biologia. Ele me viu na biblioteca e me ofereceu carona.

Eu estava com o ombro apoiado na porta dupla que se abria para sala. A detetive Marie se aproximou e ficou à minha frente, do outro lado do portal.

— Fale-me sobre esse colega de biologia.

— Que tipo de pergunta é essa?

Ela abriu as mãos.

— Uma pergunta bem simples. Mas se quiser que eu seja mais específica, posso ser. Quando eu estava no ensino médio, só oferecia carona para garotas que me interessavam. Vamos um pouquinho adiante. Qual é o seu relacionamento com esse colega de biologia… fora da sala de aula?

Anjo {Jikook}Where stories live. Discover now