Sara é uma jovem que viu seu mundo desmoronar, sua vida mudar, e seus sonhos e planos serem interrompidos ao receber o diagnóstico de uma doença cardiovascular.
Na companhia da irmã, vive e segue o seu tratamento em um hospital. Sara sempre foi uma...
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Na minha aflição clamei ao Senhor; gritei por socorro ao meu Deus. Do seu templo ele ouviu a minha voz; meu grito chegou à sua presença, aos seus ouvidos. Salmos 18:6
Sara - 19 - Alma Aflita
Voltamos para o quarto de mãos dadas. Tinha a impressão de que ainda estava sonhando com tudo que aconteceu no terraço, nosso tão esperado primeiro beijo, ainda estava nas nuvens, até que entramos no quarto e encontramos Raquel, a doutora Rute e mais um médico que ainda não conhecia.
— Olá Sara, estávamos a sua espera! — Doutora Rute falou assim que me aproximei.
— Aconteceu alguma coisa? — Perguntei receosa.
— Precisamos conversar, mas antes vou retirar esse aparelho da sua cintura. — Ela se aproximou e foi retirando o mesmo com cuidado.
— Pode se sentar! — Raquel falou me puxando uma cadeira.
Eu apenas assenti com a cabeça e me sentei. Davi puxou uma cadeira e se sentou ao meu lado. O clima no quarto estava pesado, coisa boa não seria...
— Sara, esse é o doutor Henrique, ele é um grande cardiologista, o médico que me ajudou a avaliar seus últimos exames.
— Prazer, Sara! — Dr.Henrique me estendeu a mão e eu o cumprimentei um pouco séria.
— Então é sobre os exames, apresentaram mais pioras, é isso? — Perguntei aflita.
— Na verdade não, mas diante da bateria de exames que fizemos, pudemos analisar com mais calma o seu quadro, associamos e observamos as suas crises e segundo esses últimos exames, você não tem arritmia cardíaca como acreditávamos, Sara! — Doutora Rute falou e eu comecei a ficar ainda mais nervosa.
Minha irmã vendo o meu estado, caminhou até mim e mesmo que de pé, se posicionou ao meu lado. Certamente ela já sabe o que está por vir, e claramente não é coisa boa!
— E o que eu tenho? — Perguntei sem ter certeza se gostaria mesmo de saber.
Senti Davi segurar minha mão e entrelaçar nossos dedos em meu colo, em um claro sinal de apoio.
— De acordo com seus últimos exames, após muitas análises e estudos clínicos, você é portadora da síndrome de brugada. É uma doença genética, que é mais comum no sexo masculino, mas que também pode afetar mulheres jovens como você. Ela se dá através da elevação e alteração da atividade do coração. Pode causar dor no peito, falta de ar, fadiga, tontura, desmaios... Essa síndrome é de difícil diagnóstico, e como não tínhamos um histórico familiar estruturado, foi preciso averiguar muito bem os exames. Mas é muito provável que alguém da sua família tenha sido portador, talvez até mesmo um de seus pais.
