Capítulo 6 - Sara - Luz na escuridão

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Capítulo 6 - Sara - Luz na escuridão

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Capítulo 6 - Sara - Luz na escuridão

Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.
1 Tessalonicenses 5:24

Na noite de domingo minha irmã dormiu comigo, mas saiu logo cedo antes mesmo que eu acordasse para acompanhar Ismael, seu esposo em uma apresentação muito importante em sua carreira profissional.

Levantei por volta das nove da manhã, abri as cortinas permitindo que o sol forte iluminasse por completo o meu quarto. Tomei um banho, vesti uma calça bege soltinha e uma blusa branca arrumadinha. Prendi metade do meu cabelo, fazendo o penteado que eu gosto, escovei os dentes, peguei a minha Bíblia, li o capítulo de Salmos 42 e fiz uma breve oração. Pensando na conversa que tive ontem com minha irmã, decidi reagir e optei por pegar a bandeja com o café que as enfermeiras já haviam deixado sobre a mesa e saí em direção a cafeteria.

Sentei-me em uma das mesas próximas a janela para que eu pudesse observar o movimento lá fora. Era a primeira vez em muito tempo em que tomava café ou fazia qualquer refeição fora do meu quarto. Me sinto bem em saber que quebrei um pouco a rotina.

Termino de comer minha torrada com geleia de amendoim e de repente sinto duas mãos cobrirem meus olhos.

— Adivinha quem é? — A voz de Noemi me faz dar risada.

— Impossível não saber! — Dou de ombros me gabando.

— Bom dia! Como se sente? — Pergunta se juntando a mesa e se sentando de frente para mim.

— Estou bem, até saí do quarto hoje, olha! — Apontei brevemente para tudo a minha volta.

— Isso aí! Estava com saudade de esbarrar em você por aí durante os plantões. — Ela sorriu. — Mas percebo que você está mais animada hoje, seus olhos, não sei, estão com um brilho diferente! — Noemi falou me analisando.

— Eu perdi alguma coisa? — Questionou enquanto me olhava desconfiada.

— Não aconteceu nada, deve ser impressão sua! — Bebi o último gole do meu café querendo fugir daquele assunto.

— Certo! — Ela não insistiu. — Fico feliz de te ver bem! Você é mais forte do que você imagina, minha amiga! — Levantou-se e beijou meus cabelos com carinho, saindo em seguida para o seu próximo plantão.

Permaneço à mesa observando o movimento e o ambiente lá fora, hoje o céu não está tão limpo, algumas nuvens o compõem. Será que vai chover? Será que ele vem hoje? Será que terei que esperar a semana toda passar para que ele volte? Quando vou ouví-lo cantar novamente? Sem perceber Davi toma conta dos meus pensamentos.

Passo a recordar tudo que o Pastor Daniel falou sobre ele, o orgulho com que o descrevera despertou em mim uma vontade enorme de conhecê-lo além de suas canções.

Deito minha cabeça na mesa observando o céu pelo vidro um tanto embaçado e começo a cantar a melodia que nas últimas semanas ganhou meu coração!

Sentindo-me um pouco cansada, me ponho de pé disposta a voltar para o quarto e sinto uma leve tontura ao me levantar. Puxo o ar disposta a respirar fundo, mas sinto falta dele. Não é difícil saber o que está acontecendo, mais uma crise acaba de chegar e eu estou despreparada... esqueci a minha bombinha no quarto! A dor em meu peito aumenta e sinto o ar cada vez mais distante...

— Você está bem? Quer que eu chame alguém? — Um casal da mesa ao lado se aproxima e perguntam preocupados e um tanto assustados.

— Não, eu preciso da minha, da minha...

Sinto alguém me segurar me impedindo de cair e apago sem demora.

...

Abro meus olhos lentamente sentindo minha respiração pesada. Não estou no meu quarto, mas já conheço bem o lugar onde estou, a sala de mau súbito.

Já é a segunda vez no mês que venho parar aqui! De todos os lugares do hospital, esse é o lugar que menos aprecio! Aqui não há janela, sol, luz ou esperança. Há sempre solidão, escuridão e medo!

— Sara, está melhor? Consegue me ouvir? — Escuto a voz de doutora Rute e a vejo ao meu lado.

— Estou bem, eu acho! — Resmunguei sentindo um pouco de dor de cabeça.

— Você teve uma crise muito forte de asma, mas já foi estabilizada. Consegue respirar com tranquilidade? — Perguntou enquanto me examinava.

— Consigo, consigo sim! — Respirei fundo, me ajeitando na cama um pouco melhor.

— Sara, já te falei, você não pode sair sem a sua bombinha! Pode parecer bobo, mas ela pode sim salvar sua vida em meio a crises como essa! — Rute me repreendeu.

— Você está certa, eu errei! Prometo me esforçar para não me esquecer da bombinha novamente! — Garanti me sentindo uma péssima paciente.

— Tudo bem! O importante é que já passou!

—Ela respira aliviada. — Vamos aguardar até a medicação terminar para que você possa retornar ao seu quarto. — Avisa e só então observo a agulha em meu braço.

— Ok! — Assinto.

— Tem uma pessoa lá fora esperando ansiosamente para te ver! — Rute comentou enquanto caminhava em direção a saída.

— Deve ser a minha irmã, ela deve estar desesperada! — Fechei os olhos imaginando sua angústia.

— Não, não é a Raquel, é um rapaz! Vou pedir para ele entrar. — Falou saindo sem me dar chance de perguntar mais nada.

Um rapaz? Não que o Pastor Daniel seja velho, mas ele já não dá para ser chamado de rapaz, então acredito que não seja ele. Tem o Ismael, meu cunhado, mas ele não costuma vir aqui pois trabalha muito. Que rapaz seria esse?

— Licença! — Uma voz interrompe meus pensamentos e eu logo reconheço a quem ela pertence.

Avistei Davi entrar na sala trazendo consigo toda uma luz em meio a escuridão daquele lugar. Não precisaria ser especialista em medicina ou em cardiologia para afirmar que minha frequência cardíaca estava um tremendo caos naquele instante.

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