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O clima surpreendentemente agradável me envolveu, e por um breve momento, me permiti questionar se finalmente havíamos saído do inverno e abraçado a primavera. Pétalas de flores flutuavam graciosamente colorindo as ruas, transformando completamente o ambiente de que eu me lembrava.

Meus passos vagarosos me levaram a contemplar uma árvore imponente ao meu lado. Confesso que, até então, não havia dedicado a devida atenção a ela. Uma majestosa presença, sua magnificência parecia transcender as demais. Seus galhos se estendiam como abraços, e as folhas reluziam com uma luminosidade que a diferenciava das árvores ao redor.

— Ela tem mais de cinquenta anos sabia?

Seu corpo paralisou no lugar por alguns segundos, até que o mesmo tomou coragem de virar sua cabeça levemente até a figura a seu lado.

— Chaewon?

— Meus pais se conheceram aqui quando eram mais jovens. — Um sorriso encantador iluminou seu rosto, aquele sorriso tão característico dela. — O que acha da ideia de vir aqui todos os anos? Como um amuleto para o nosso relacionamento?

— Eu... — A garota se lançou em seus braços, envolvendo-o com um abraço caloroso ao redor do pescoço.

Quando meus braços a envolveram, a realidade me atingiu: era um sonho.

Abri os olhos, encarando o teto branco do meu quarto. Dessa vez, a consciência de que era apenas um devaneio surgiu rapidamente. Me sentei na cama, notando meus olhos lacrimejando, e soltei um suspiro profundo. Algumas lágrimas traçavam caminhos pelo meu rosto, e, apesar do sentimento de tristeza que me envolvia, o sorriso dela em meu sonho foi tão vívido que não pude deixar de retribui-lo.

Há semanas, esses sonhos me envolvem, como se minha mente estivesse tecendo lembranças à sua própria maneira. Mas, sinceramente, eu não me importava mais, nos confins dos sonhos, tenho a chance de reviver seu sorriso, mesmo que seja apenas uma maldita ilusão. Esse sorriso, ainda tão vívido em meus sonhos, carrega a semelhança daqueles em minha memória, e mesmo que a nossa realidade seja diferente agora, nos sonhos posso tocar brevemente a serenidade do seu sorriso.

— Jisung? Ainda não acordou? — Batidas suaves ecoaram na porta antes que ela se abrisse, revelando Bang Chan. Ele fechou a porta com cuidado, soltando um suspiro.— De novo? Sonhou com ela?

Deslizou ambas as mãos pelo rosto, secando as lágrimas rapidamente, e afastou o cabelo que obscurecia sua visão.

— Não entendo porque isso continua acontecendo comigo hyung... Já faz quatro anos, então por quê? — Mesmo lutando contra o nó em sua garganta, lágrimas começaram a cair novamente de seus olhos.— Eu não sei mais onde ela começa e eu termino, não consigo me lembrar de como era minha vida antes dela.

— Ei, é claro que você consegue, não seja bobo. — Bang Chan sorriu já sentado ao seu lado na cama.— O 3RACHA já existia antes dela, ou vai me dizer que não lembra disso? Vem cá...

Ele o puxou para um abraço apertado e caloroso que só ele tinha.

— Eu não faço idéia do porque você começou a sonhar com ela depois de todo esse tempo, mas de uma coisa eu sei... — Ele se afastou e deu alguns tapinhas em suas costas.— Você tem se saído muito bem durante todos esses anos... se passou tanto tempo, por que... não tenta falar com ela?

— O que? — Quase riu com suas palavras.— Isso é... não, não...

— Jisung, faz quatro anos, quatro anos, vocês eram apenas adolescentes quando tudo aquilo aconteceu.

— Mas hyung, foi ela quem disse... — Engoliu em seco, com dificuldade de dizer qualquer coisa relacionada à garota. Seu peito parecia um turbilhão de emoções, e as palavras teimavam em se perder antes mesmo de atingirem seus lábios. O silêncio pesava no ar, como se cada lembrança dela fosse um fardo difícil de compartilhar.— Que nunca mais queria me ver de novo.

— Que nunca mais queria me ver de novo

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𝐀𝐦𝐚𝐫𝐚𝐧𝐭𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora