Prólogo

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Corro desesperada até o esconderijo minúsculo em meio a imensa e gélida floresta. Sinto meu coração bombardeando de forma rápida, minha respiração está ofegante e minha garganta seca, prova do quão intensa está a adrenalina em meu corpo.

Eu tenho pouco tempo, pouco tempo antes de me acharem, antes de me pegarem.

Preciso ser mais rápida que eles.

Engulo em seco enquanto tento a todo custo ignorar o frio congelante em minha pele, todo o meu treinamento me vem a mente enquanto ando a passos leves até o homem de plantão, e, com minha faca em mãos, ele mal vê o que o atinge quando tampo sua boca e corto sua garganta, o sangue fresco molha todo o chão úmido e repleto de folhas e quando solto com cuidado o corpo, estremeço ao vê-lo tendo espasmos, seus olhos ficam esbugalhados, até pouco a pouco, perderem o brilho e por fim, a vida.

Olho tudo ao meu redor antes de pegar as chaves do cadáver e com rapidez, abrir a porta daquele pequeno local. As ponho em meu bolso antes de tirar de minha cintura uma arma com um silenciador e em passos rápidos e ágeis, percorro aquele pequeno local. Meu coração palpita e minha garganta seca, sei que se eu for pega, será o fim.

Quando vejo o primeiro homem, sem hesitação atiro no mesmo, sentindo arrepios em meu corpo causados pela adrenalina. Estou ficando sem tempo, preciso achá-lo.

Avisto um segundo homem e antes que o mesmo consiga pegar sua arma, atiro em cheio sua cabeça, engolindo em seco ao ver seus olhos vazios me encarando com espanto.

               Sua última reação

A parede ao seu redor está repleta de sangue e partes do que eu imagino serem o seu cérebro. Meu estômago embrulha.

Viro outro corredor e suspiro ao encontrar a porta correta, pego o chaveiro e com as mãos trêmulas, testo chave por chave rapidamente, não demorando a encontrar a certa.

Quando abro a porta, sinto todo o meu corpo se acalmar e uma felicidade imensa me tomar ao vê-lo bem e intacto. Seus olhos assustados me encaram com alegria e rapidamente vou até ele e tiro a fita que tampa sua boca. Ele me lança um sorriso iluminado de extrema felicidade e eu não poderia estar mais feliz por ter chegado a tempo.

-Você chegou! Eu sabia que chegaria! Você é a minha salvadora, minha heroína!-Diz o homem caindo em lágrimas de alegria. Sinto meu peito vibrar ao tentar segurar uma profunda risada, falhando miseravelmente.

Avalio a quantidade de balas restante em minha arma enquanto vejo sua expressão, inicialmente de felicidade, decair para uma extremamente temerosa. O pequeno rato a minha frente começa a suar mais e mais a medida que reorganizo as balas em minha arma.

-Eu já fui chamada de várias coisas nessa vida, mas te garanto que heroína não é uma delas.-Digo destravando minha arma e apontando para a sua testa, sorrindo ao ver o quão horrorizado o seu olhar fica, me deliciando, alimentando o mais interno monstro existente dentro de mim. O último olhar que recebo de minhas vítimas é sempre gratificante.

-Nessa história eu sou tudo, menos a heroína.-Digo antes de atirar na testa do homem e simples assim, completar mais um de minhas milhares missões. Ando em volta do cadáver e tiro algumas poucas fotos as enviando para o homem que me contratou.

-Que fome, será que tem alguma lanchonete aberta a essa hora?-Pergunto ao cadáver no chão, abrindo um pequeno sorriso com uma piada interna que se forma em minha mente perturbada.

Escuto barulhos de passos e reviro os olhos, tirando de minha cintura outras duas armas, o lado ruim desse trabalho é com certeza o fato de ter que lidar com os malditos ratos depois.


Booora de historinha nova para dar uma aquecida nessa noite

 Desejo Profano  (Trilogia Os Irmãos Lancelotti)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora