«Αχ, ο ήλιος λάμπει μέσα από την πιο σκοτεινή νύχτα»

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Canto I "Ah, o sol brilha mesmo na noite mais densa"

Na beira da praia, o vento cantava que já era noite; uma noite estrelada, quase prata brilhante acima de sua cabeça. O mar batia incansavelmente contra a costa, seu som claro nos ouvidos era um mantra de paz e calmaria para quem soubesse ouvir e sentir. Era quase tangível em suas mãos, como uma tábua de salvação nos escombros.

A lua brilhava, majestosa e elegante e tão radiante quanto as estrelas. Era belo de se ver - a luz bruxuleante nas águas turbulentas do vasto mar à frente - e sentir a pura eletricidade fluindo - ela provocava e formigava contra as bochechas avermelhadas de Castiel. A areia corria por seus dedos e pele, pouco a pouco, grão a grão. Amarelada e ainda morna. Era quente como um abraço, carinho e paixão. Era belo.

O jovem ateniense jogava sua rede contra o mar, suspirando em deleite quando apanhava alguns peixes - no entanto, os mares não estavam amigáveis no dia de hoje, e os marinhos que capturava eram tão pequenos que não seriam capazes de alimentá-lo.

- A maré não está para peixes, não é? - O jovem virou-se surpreso em direção a voz. Olhando para o portador das frases seus grande olhos azuis-egípcios cintilaram com seu brilho. Sentado em uma rocha negra, cabelos loiros esvoaçantes pelo rosto bronzeado, e olhos tremendamente esverdeados como esmeraldas meticulosamente polidas. Rosto forte, masculino e divino, de voz ainda mais calorosa quanto sol.

- Temo que o Deus dos Mares não está em seu melhor humor hoje. - Castiel murmurou, colhendo sua rede amoado; olhos azuis caídos, fagulhando ao reflexo translúcido do pelago azul. Raphael, Deus dos Mares e Tempestades, que perdoe Dean, mas nem seus oceanos podiam ser igualados a belaza única dos belos olhos de seu amado.

- Oh, você não imagina seu pior humor. - Castiel sorriu languidamente, colocando seu material sob os músculos. O deus o encara, finalmente podendo observá-lo pessoalmente; cabelos ébanos puros como azeviche, pele clara, no entanto, os ombros bronzeados pelo trabalho ao sol (ou por ter o olhar do patrono do sol todas as tardes, enquanto realizava seu trabalho em Atenas) rosto inocente e puro, marcado pela barba fina que pintava sua opima face. Teus olhos de um azul ímpar, profundos e excelsos como as águas do Rio Lete.

— A pesca não foi das melhores. – Brincou com a areia entre-meio seus dedos, capturando a atenção do brilhante homem de olhos verdes e incandescentes. — Há muito que as águas não trazem fartura; não estou a reclamar, deuses, no entanto, é difícil permanecer vivo com tais necessidades mortais.

Dean sabia que aquela não era uma época fértil; as terras e mares abusados, esperando o início do ciclo para fartura – era um processo natural. No entanto, ver seu mortal amado lamentar, o deixou angustiado.

Os humanos não deviam reclamar sobre aquilo que fora dado a eles pelos deuses — mas Castiel não, ele devia falar o que o aflige, o que ele precisava; Dean estaria a todos os ouvidos, todos os olhos.

— E a caça?

— Falha miseravelmente. – Tristemente, ele sorriu. — Mas não há problemas, posso manter as pontas firmes.

O deus deixou com que seus lábios se curvassem em um sorriso apaixonante. Gratificado, orgulhoso por ver que Castiel estava falando com ele, olhando para ele. Dean era uma divindade pretenciosa, exibicionista com seu brilho único e solário; suas canções poderiam encantar milhões, suas profecias e artes poderiam mover nações, seu sorriso ufano era encanto para os demais. Entretanto, quando o sol se apaixona, até os meteoros possuem teor vistoso.

Ter Castiel ali, tão próximo, o fez orgulhoso, como se o único olhar que quisesse sob ele fosse o do humano.

— É um período difícil em Atenas, se o rapaz precisar de algo... – O mortal caminhou até ele, o sorriso luzente seduzindo os olhos do deus. — Chamam-me de Castiel.

— Dean. – O patrono do sol poderia iluminar toda aquela densa noite com o sorriso indiscreto que possuiu seus lábios.

Levantou-se, não ousando deixar o olhar sair de Castiel, esse que encarava-o com seus grandes olhos azulados. Seu imenso desejo era tomá-lo nos braços, provar seu calor e fragrância afrodisíaca, tratá-lo da maneira gentil e manhosa que ele merecia, apreciá-lo da maneira correta. Mas ele queria, muito mais do que possuir seu corpo, queria seu amor, seu afinco, seu olhar  apaixonado, emaranhar-se a ele com paixão.

Dean era um deus completamente passional.

— Dean. – Saboreou a junção de letras com um riso. – Dean, o homem solário.

— Solário? – Vacilou por um momento.

— Teu sorriso brilha como o sol. Veja, a noite está mais clara. – Apontando para o céu ele viu: uma estrela ostentava radiante no céu noturno.

≪The Myth of Dean & Castiel ≫Where stories live. Discover now