Diana.

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reta final. 🥹

Analua

Eu e Duda estávamos no shopping escolhendo algumas roupas novas para essa reta final da gravidez, já estava no 7° mês, ainda tinham 2 pela frente.

Gosta desse? Achei a malha bem fresquinha. - digo me olhando no espelho da Renner enquanto experimento um vestido longo, que dava ênfase na minha barriga.

Lindo demais, a malha tá um amor. Leva pelo amor de Deus. - Duda diz sendo sincera, realmente estava muito lindo.

Fomos até o caixa, pagamos e fomos direto para a praça de alimentação.

Pesquisamos um pouco oque iríamos comer e Duda não simpatizou com nada.

Analua, tem um restaurante de taco aqui perto, vou ali de carro rapidinho. Vai mesmo querer ficar aí pra pedir McDonald's? - Duda pergunta pegando a chave do carro, as crianças estavam na escolinha, Malu com Richarlison e Paquetá para ir tomar vacina.

Tenho sim, vai ali rapidinho. Enquanto isso, eu pego meu lanche e quando você voltar comemos juntas. Mas vai em um passo e volta em outro. - eu digo para a mesma que sai correndo pelo shopping.

Achei que nunca mais nós veríamos, mas aí está você. E grávida ainda por cima. - Aquela voz, aquele tom, eu conhecia quem está por trás de mim me observando.

Augusto.

Me virei e me deparei com o próprio, ele me encarou por um tempo até que resolveu se aproximar.

Que surpresa, Augusto. Como você está? - digo totalmente sem graça, ele achava que eu ia ter esquecido das revelações que ele fez no chá da minha sobrinha?

Eu? Eu estou muito bem, e proponho que você também. Namorando Antony e construindo uma família, um tão pouco peculiar. - ele diz irônico se sentando ao meu lado.

Peculiar? Não entendi sua fala. - digo me fazendo de desentendida, eu havia sim entendido.

Quero me referir que após tudo que Antony te fez você continua com ele e ainda vai ter uma filha, isso que eu chamo de burrice. - a cara de pau de algumas pessoas vai além por muitas vezes, meu deus do céu.

Já que você quis tanto tocar nesse assunto, qual foi o motivo de todos aqueles prints e humilhação na frente de todo mundo, Augusto? - digo o pressionando, porém notei que ele odiou.

Motivo? Eu te ajudei a ver quem era esse otário, e é assim que você me agradece? Engravidando e vivendo um conto de fadas com ele? - ele diz perdendo totalmente o controle.

Você é mesmo um ridículo, eu mal te conheço seu doente. Da minha vida sei eu, saiba disso. - eu digo apontando o dedo na cara do mesmo, quem ela pensava que era?

Então quer ver você ter um rumo totalmente diferente, Analua? - ele excitava em mexer as mãos e a tocar no bolso. mas em certo momento rápido e ágil, tirou uma tesoura pontuda lá de dentro.

olhou nos meus olhos, com uma certa pena de mim em seus olhos ele deu uma tesourada em minha barriga.

Jamais vai ter outra versão daquele ridículo do Antony perambulando por aí, e eu rezo que você vá junto com isso aí, Analua. - ele diz antes de sair andando normalmente.

O shopping estava vazio, tinham plantas escondendo a ação, uma mesa de praça de alimentação cobrindo mais ainda e um ato pego de surpresa.

qual as chances de alguém ver e dar atenção? nenhuma.

Os meus gritos eram silenciosos e doídos, Duda chegou sorridente e contando de como derrubou o taco dela várias vezes, até que me viu com a mão na barriga chorando e sangrando.

Puta merda, oque aconteceu? Me conta no caminho, só vamos pro hospital. - ela diz se  desesperando e me auxiliando a ir o mais rápido possível para o estacionamento.

Ela me colocou dentro do carro e a dor foi aumentando pra um caralho, eu não conseguia sentir oque eu estava falando nem o resto do meu corpo.

Só sentia a minha dor na barriga e a dor no coração de talvez não conseguir salvar minha Diana.

A visão foi ficando cada vez mais turba e demorada para vizualizar.

Analua. Analua fica acordada, não é pra dormir sua preguiçosa. - Duda tenta brincar comigo enquanto tenta me chacoalhar.

Senti eu sendo colocada em uma cadeira de rodas e os gritos de Eduarda para eu ser atendida.

Me transferiram para uma maca e a partir daí, não senti absolutamente mais nada.

Narradora

Mantém ela acordada, precisamos dela acordada. - o médico chefe e mais experiente do hospital diz para os outros enfermos.

Senhor, isso não é uma escolha sua. E sim da família e da moça. - uma das médicas mulheres dali dizia chacoalhando o médico para que ele caísse na real.

Oque? Oque é uma escolha minha? - Analua em transe acordava e logo desligava denovo, mas escutava e via todos os flashbacks.

Ou nós tiramos a criança, ou nós salvamos você. Sua hemorragia interna foi muito grande, não temos como salvar as duas, infelizmente. - o senhor de mais idade diz com tristeza na voz, ele estava decidido a salvar uma das duas mas sabia que aquilo naquele dia não seria possível.

Tira ela doutor, tira minha filha. - a mesma diz enquanto faz a maior força que consegue, com o corte em sua barriga ardendo como se tudo pudesse desmoronar a qualquer momento.

Tem certeza? - o médico questiona rapidamente, mas antes que Analua responda em palavras, ela deu um berro de força e dor.

Antony, familiares e amigos já haviam chegado pois Duda tinha ligado desesperada mesmo sem ela mesma saber entender a situação.

O berro de Analua ecoado por todo terreno fez Antony quase dar um soco na parede e ir atrás de respostas pelo hospital, mas a única coisa que lhe diziam era que o caso era extremamente delicado e cuidadoso.

Um choro calmo e inocente reinava por todo o hospital, mas ninguém entendia o porquê de quando os médicos saírem da sala do parto chorarem e se emocionarem.

(final do episódio)

a versão feminina do Antony. | Antony Santos 🚀Where stories live. Discover now