𝐌𝐄𝐒𝐒𝐈𝐋𝐀 - Richarlison Andrade.

8.

Brenda;

Ele continuou com os olhos sobre mim, e eu mais uma vez, paralisei sem saber o que dizer. Eu não sabia o que ele queria dizer com isso, ou o que o seu olhar significava. Eu só conseguia sentir seu corpo perigosamente colado ao meu, e seu coração batendo mais forte do que o normal, em sintonia ao meu.

Me separei dele, dando um leve sorriso fraco e saindo de perto de Richarlison. Me doía fazer isso, mas até onde eu sei, ele estava namorando. Então talvez, eu esteja vendo essas ações de uma forma que elas não são. Talvez ele apenas esteja me tratando como trataria qualquer amiga, ainda mais por estar namorando, eu não posso me derreter em seus braços e muito menos me apaixonar por ele.

Quanto mais longe eu ficar de Richarlison, melhor.

Olhei para o lado e vi os membros do nosso time comemorando juntos. Fui até Luiza, que mantinha um olhar preocupado para mim, imaginei que eu estivesse fazendo uma cara nada amigável, então imediatamente abri um sorriso tentando esconder meu desconforto.

— Tá tudo bem? - sussurrou para mim.

— Tudo ótimo.

Meus olhos se encontraram aos de Richarlison novamente. Eu não consegui desvendar sua expressão dessa vez, mas ele com certeza não estava feliz. Se manteve em pé e parado no mesmo lugar. Eu dei um pequeno sorriso para ele e comecei a rodear o campo com os olhos mais uma vez. Tudo para meus olhos não encararem os dele de novo.

— Não foi justo esse gol, não. 'Tava impedido. - Antony reclamou, chutando a grama.

— 'Tava não, eu 'tava na frente dele. - Paquetá comentou, chateado. Mostrando a linha onde estava com as mãos.

Eu comecei a sorrir instantaneamente, que saudade que eu estava de jogar com jogadores da seleção brasileira e ver como eles ficavam putos quando perdiam, era sempre igual, eles realmente odiavam perder. Foi dessa forma que vi o quão competitivo eles eram, todos eles, e que realmente, todos naquela copa do mundo deveriam ter medo desses garotos. Digo isso sobre a escalação de 2018 e de 2022.

— Vou tirar esse sorrisinho da sua cara, Dinha! - Antony disse, em um tom ameaçador, mas obviamente brincando.

— 'Tô morrendo de medo, Toninho. - caçoei de sua cara, vendo ele dar um sorrisinho nervoso. — Para tirar esse sorriso aqui você vai ter que se esforçar muito. - minha intenção não era transformar isso em um flerte, mas acho que foi o que pareceu.

— Pode deixar. - se aproximou, ficando a poucos metros do meu rosto.

Antony colocou as mãos para trás do corpo e começou a me analisar de cima a baixo, calmamente. Eu não entendi o que ele queria fazer, mas eu sabia que de alguma forma aquilo também era para me intimidar, e ele estava conseguindo. Passou seu olhar por minha boca de forma ainda mais lenta e chegou aos meus olhos. Dei um mini passo para trás pelo susto. Ele cerrou os olhos e tombou a cabeça para o lado me encarando, e eu não sabia se mandava ele parar ou saia correndo.