𝐌𝐄𝐒𝐒𝐈𝐋𝐀 - Richarlison Andrade.

1.

Brenda Marquezine;

Desci do carro tentando estalar meus ossos. Ficar tanto tempo naquele avião tinha me dado sérios problemas de coluna.

Levantei meu olhar e pude ver o tamanho do nome do hotel acima de nós.

Messila.

Era um hotel 5 estrelas, era possível ver toda a sua cor neutra adentrarem meus olhos sensíveis. Tive que esfrega-los um pouco para tentar tirar todo o incômodo.

Minhas amigas desceram do carro também, me encarando estranho, como se estivessem preocupadas. Ao olhar ao redor pude ver alguns paparazzis. Eles tiravam fotos e tentavam nos contatar. Eu apenas sorri, estava cansada demais para dar qualquer resposta. Sorte a de Mariana que possuía um óculos escuros em seu rosto para tirar todo o foco das suas olheiras, já que a do resto do grupo estavam terrivelmente visíveis.

Factory Size era o que estava escrito em nossos moletons pretos, o que simbolizava que todas eram do mesmo grupo. Nunca entendi esse nome, mas nunca nem ao menos pedi uma explicação sobre, talvez nem tenha.

Eu e minha irmã sempre gostamos de dançar juntas, mas Bruna nunca foi tão apaixonada na dança quanto eu era. Passei por várias competições, testes e audições para chegar até aqui.

Factory foi levado a vários países para várias apresentações, nos levavam para representar nosso país. Sempre fico muito feliz quando nós somos chamadas para competições ou apresentações fora do Brasil, eu sentia que a dança finalmente estava sendo valorizada.

Além de dançarina eu também atuava e modelava, mas nenhum deles tomava o lugar da dança na minha vida.

Apressei os passos e entrei rapidamente no hotel, me sentando na primeira cadeira que eu vi ali. Fui seguida por Carla e Mariana, que se sentaram ao meu lado, se espreguiçando também.

— Não falem com os paparazzis por agora! - ordenou nossa professora, Alanis.

— Nem precisa falar duas vezes. - falei comigo mesma.

— Falaram que os jogadores estão nesse prédio. - Mariana mencionou.

— Que jogadores? - perguntei, já que minha cabeça não estava pensando direito.

— Os da seleção, Brenda. Quem mais? - Carla deu um leve tapa em minha coxa.

Aliás, estávamos aqui para dançar na Copa. O Show final teria uma participação nossa, assim como a abertura também.

— Tão viajando? Eles nunca deixariam dançarinas junto com jogadores de futebol, ricos e gostosos que poderiam ter qualquer mulher que quisessem.

— Tecnicamente faz sentido - Kallyta chegou, concordando comigo. — É como se jogassem carne para piranhas e esperar que elas não mordam.