Eu mantive minha cabeça erguida quando Elijah parou tão próximo de mim que pude sentir o fedor de sua respiração contra o meu rosto. Sua cabeça estava abaixada e seus olhos queimavam sobre a frente das minhas calças, notando a porra da ereção esticando o tecido.

1...2...3...4...5...6...7...

Não estava adiantando.

Meu coração batia rápido demais e o fogo que por anos me consumiu, continuava a queimar dentro de mim, me lembrando da minha impureza. Entreabri meus lábios, buscando mais oxigênio para apaziguar o turbilhão que se espalhava por minha mente, mas nada adiantou.

Ele estava olhando para mim.

Podia sentir como se lesmas deslizassem por minhas pernas, me lembrando do momento na minha infância onde meu pai me transformou em sua puta, na frente dela.

Na frente de Emily.

-- Então, ainda quer que eu acredite que você estava aqui se divertindo sozinho? -- Ele riu, o som podre entrando como navalhas em meus ouvidos. Elijah deu mais um passo a frente, se mantendo muito perto de mim. Eu congelei quando senti seus dedos tocarem a frente da minha calça, onde há poucos minutos, Emily estava tentando tocar. -- Você deve ter puxado a genética da sua mãe, garoto. É tão bonito quanto Luna.

Meu estômago chacoalhou ao pensar na puta abandonada e traída que cresci observando de longe. Todos no clube Apodyopsis sabiam de quem eu era filho. Eu ainda me lembro de correr até o prédio antigo e sujo onde abriga as garotas e os garotos Apodyopsis, apenas para poder vê-la por alguns segundos. Meus pés descalços doiam ao encontrar ao asfalto duro e meu corpo estava todo marcado das agressões do meu pai, mas eu era uma criança tola que sempre quis uma mãe.

Era ridículo, mas enquanto o relógio continuava a fazer seu tique-taque constante em meu cérebro, como uma programação de explosão em uma bomba, eu só conseguia correr.

Eu corria para longe dele.
Eu corria em direção a liberdade.

Naquele tempo, eu não procurava Emily Osíris.
Naquele tempo, eu ainda me permitia chorar e soluçar quando meu pai me forçava contra a mesa de centro da sala de estar, enquanto meu desenho favorito passava na televisão e o pudor do álcool fazia meus olhos lacrimejar.
Naquele tempo, eu corria na chuva até passar pelas portas nos fundos do clube Apodyopsis.
Naquele tempo, eu ainda conseguia me arrastar pela pequena janela da prisão da minha mãe.

E mesmo que fosse uma puta e a porra da mulher mais cobiçada de Crowford, quando ela me via em sua janela, tudo que refletia em seu rosto era amor e preocupação.

Seus braços magros me envolviam e eu passava meus dedos pequenos por seu cabelo negro e brilhante como a noite, enquanto ela me apertava contra seu peito magro, jurando em meu ouvido que nada disso era minha culpa.

Isso não importava mais, de qualquer forma.
Um dia, eu me deparei com grades na sua janela e seu rosto tomado de pânico enquanto ela me via chorar do lado de fora, esfolando minhas mãos ao tentar afastar as barras de ferro para que eu ainda pudesse passar.

Foi naquele dia que eu fui para casa de Max e parei do lado de fora da janela de Emily pela primeira vez.

E foi observando a menina sorridente vestida de princesa, que eu encontrei um novo motivo para fazer o relógio parar dentro da porra da minha cabeça.
Tudo desaparecia enquanto eu a via.

Me afastei de Elijah, lhe lançando um olhar mortal. Se ele colocasse as mãos em mim novamente, eu as arrancaria e daria para Emily brincar.

-- Acredite na porra que quiser. -- Dei um passo para longe de seu alcance, sacando minhas chaves do bolso. -- Eu tenho minhas próprias putas pra foder, não preciso da porra de uma pirralha mimada.

Tentação ProfanaWhere stories live. Discover now