Poema 30| 30/12

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Eu sou um poema com muitos erros
Que foi escrito com pressa
Pressa de tirar a dor
Pressa para não esquecer
Para descrever o que sentia
No momento exato que escrevia
Porque chorava sem parar
E todos achavam que era sem motivos
Seus sentimentos inofensivos

Todos os sentidos deles destorcidos
Nunca serão esquecidos
Você não consegue esquecer
Quando você escreve
Você vai ler
E revive
Você está naquele quarto outra vez
Você chora sem parar, então atordoado
Pega num papel qualquer dobrado
E numa caneta que está sobrando
O vento sopra e sopra
Mas a dor ainda sobra
Então você escreve o que vier
Com a esperança de tirar aquela dor
Permanente dor que permanece imortalizada
Pois foi poetizada
Crucificada
Escrita com tal pressa
Que é quase impossível de ler

— Uma mensagem oculta

Palavras ensanguentadas Where stories live. Discover now