Sabe quantas vezes eu tive de engolir o choro?
Pois eu vi outros chorando
E chorar na frente dos outros é como perder em casa
Sabe quantas vezes eu chorei baixinho para ninguém escutar?
Ninguém nunca entende
Só quem sente, consegue
Sabe quantas vezes eu tive que repetir pra mim mesma:
"Sê forte, sê forte"
Porque ninguém pode?
Sabe quantas vezes as portas se fecharam pra mim?
E quantas ninguém me ajudou?
Eu tive que fazer sozinha
Porque sempre foi assim
Eu nasci só
Morrerei só
Sabe quantas vezes precisei de alguém pra me levantar?
Foram tantas, mas ninguém esteve lá
Eu precisei erguer a minha cabeça
Continuar tentando
Sabe quantas vezes lutei contra a insegurança?
Eu venci minha depressão
Mas tem vezes que parasse que tem seres que nasceram com a missão
De te por para baixo
E a sensação é como afogar no mar
Quantas vezes eu perdi?
Sabe quantas vezes eu me reergui?
A queda foi enorme
Eu sou meu porto seguro
Desculpa, mas eu estive no escuro
E ninguém se deu ao prazer de acender
Uma luz se quer
Atravessei desertos
Eu corri quilómetros
Me perdi em pesadelos mais ainda estou aqui
Nunca precisei de ninguém
Eu enxuguei minhas próprias lágrimas
Eu já estive na lama
Sabe quantas vezes me apontaram o dedo?
Não para ajudar...
E sim para julgar
Me perguntei quem pensam que são?
Mas onde eles estão?
Onde eles estiveram quando eu precisei
Quando eu me superei?
Vocês não sabem o que eu passei
Mal me conhece
E acha que sabe toda a minha história
Calma, você não sabe nada!
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Palavras ensanguentadas
PoesíaPalavras ensanguentadas é uma coletânea de poemas que eu vou escrevendo ao longo dos meus anos. Eles não são sobre amor, ou se apaixonar. Eles exploram a entranhas da dor. É como um diário de sentimentos, que eu coloco meus maiores desejos e lamento...
