INFO

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▪︎ esta obra é coberta, contida e possuída por:

altos índices de intensidade: alta tensão de órgãos vibrando uns nos outros, falta de controle no que ocorrerá manhã pós manhã, e um certo desequilíbrio nas emoções ao estilo de um poeta sujo e amargo. prefiro chamar a intensidade de doce e suave, mas é como ligações químicas opostas, surge quase como uma boa aposta de filme em um cinema de sábado a noite.

sujeitos a melancolia: me disseram que
"melodrama" não funciona e nunca poderá funcionar a um não poeta, que somos criativos por isso, que somos expulsos por isso, ignorados, arrogantes, péssimas pessoas de boa fé, eu só acho que não devemos ser tão propensos a ponto de empurrar uma pessoa que ama lápis e um velho cardeninho a tiracolo. já me chamaram de garota mais triste da cidade, e agora, eu adoraria ser reconhecida por isso, por favor, me poupe de sua escolha por pessoa, sou esculpida por melancolia, então se quiser me amar, a aceite como minha melhor amiga.

claustrofobia: o medo de aumentar o tom de voz, de perceber que está observando uma mesma pessoa por horas, as náuseas da noite e a insônia, confirmo ansiedade em termos elétricos, a bebo todas as noites antes de tentar dormir, dizem que Paris é mais bonita a noite, mas ela realmente continua bela quando somos interrompidos por passos silenciosos e pesadelos horripilantes?

crescimento: infestado de detalhes, escrevi e escrevi, tentei decifrar, corri para um homem que poderia ou não poderia me dar vagas respostas, de repente seus pés não alcançam mais o chão e isso assusta você, seus olhos correm para a multidão e não nada ali se encaixe perfeitamente nos seus velhos laços, pessoas mudam e passeios tornam-se mais inquietantes. de repente não há mais ninguém para atender o celular às 3 da manhã e de repente não há som algum, então você pede por coisas que nunca aconteceram, como braços fortes lhe carregando, ou uma defesa forte o suficiente para derrubar mamãe. somos pesadelos e demora muito para você notar isso.

negativo: prendido e amassado, ao mesmo tempo impossível de se afastar, negativo prende-se a um balanço, e ele vai e volta, surgindo a todo momento e apagando qualquer memória de paz interior, não há nada que possa riscar tão fundo, rabiscar com giz e deixar caretas estranhas, como se nada pudesse adiantar. é o desenrolar da maldição, que descobriu que poderia prender todos na árvore genealógica, abrigando, principalmente, mulheres na casa dos 20, e todos dizem que somos a nova geração, mas, para ser sincera, o que há de engraçado em oceanos cobertos por monstros assustadores e misteriosos? Se bem que marinheiros sempre nos avisaram.

• logo, procura-se ler com tal apoio emocional.

não há antídoto ou renascença, sequer cura para suas dores, não é um remédio que se toma às 3 da manhã, sequer um café da manhã moderno, e não há nada de belo em ensinamentos feitos por pessoas que já estão quebradas, por favor, entenda que somos seres imperfeitos e cruéis.

então, é uma obra recheada de parágrafos curtos ou gigantes como um monstro, ou até mesmo pequeninos como uma formiga, alguns são preenchidos por belas pinceladas de um pintor arrogante e mal caráter, outras são como a velha revirada na cama, e poucas soam como paisagens que afirmam que nada é real ou significativo. mas, eu espero que pelo menos seja como pedacinhos de um velho livro, com poesia crua e coisas que nunca conseguimos falar abertamente, ou que acrescente a sensação de identificação, ao menos eu posso dizer "eu sinto muito" se caso ocorrer, porque... é difícil pôr em palavras o que sentimos.

boa leitura, caro leitor voraz.

São apenas cartas de amorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora