XXXVIII - Vi aquele sorriso

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Vi aquele sorriso e a mecha remexida e marcada por um tímido e suave dedo. E vi também este virar martelo, esmagando o medo de um sentimento tão belo.

Pobre dela com a maldita fuga da sorte. Será assim até a morte, sendo esta a do destino daquele cruel olhar ou da sua enganadora origem.

A flecha lançada pelo brilho em seu rosto pouco fará de efeito, e enfim será apagada ao chegar no outro peito. Este infla do mesmo bem, mas que azar o coração tem, pois está tão cheio e frágil... Feito um balão que chega ao seu limite, e lhe falta apetite, coragem, força... Não cresce mais e só estoura, deixando sair uma estúpida timidez, uma dolorida escassez.

De nada adianta o pontiagudo objeto tentar perfurar este ser incompleto. Sou assim, sim, desconhecido de mim, preso em fantasia, longe do prazer real. Pensamento em agonia, e na mania o corpo é igual, me sentindo numa infância, numa prisão que não liberta para a convenção da idade. E aquele lindo sorriso se afasta de tamanha escuridão, pois não tem paciência em tentar acalmar a decepção, ao medo inicial dando total razão.

Pobre dela com a maldita fuga da sorte. Será assim até a morte, sendo esta a do destino daquele cruel olhar ou da sua enganadora origem.

Vi aquele sorriso e a mecha remexida e marcada por um tímido e suave dedo. E vi também este virar martelo, esmagando o medo de um sentimento tão belo.

O ego e o mundoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora