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Sempre pensei em nós como uma metáfora ruim de Dante e Beatrice

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Sempre pensei em nós como uma metáfora ruim de Dante e Beatrice.

Algo sobre amor impossível e meio imprudente, sigiloso em suas entrelinhas e cativante da forma mais dolorosa já vista. Embora fosse inevitável me apaixonar por você, eu sempre soube que nosso amor não foi feito parar acontecer.

Quando criança, costumava ler sobre amor mais do que costumava respirar, sinto que por esse exato motivo comecei a temê-lo: conhecia tão bem o amor que ele me causava um certo tremor.

Tinha medo de nunca estar verdadeiramente pronta para lidar com ele, para perder minha racionalidade e me entregar plenamente em paixões insanas. E então eu conheci você.

Eu realmente não sei qual deus nos odiava ou que tipo de piada maquiavélica do universo era aquela, entre minhas tantas paixões momentâneas que amariam ficar, justa aquela que era mais impossível eu fui me entregar.

Não nascemos para acontecer, desde o momento em que olhei para você eu sabia que um  "nós" não iríamos ser.

Eu era mórbida, imprudente e fria. Era contundente e intensa e perdidamente apaixonada pela pessoa mais calorosa que já tinha o prazer de contemplar.

Amar você foi sentir o universo parar e finalmente respirar, e no entanto, amar você foi como levar um soco no estômago: me tirou o ar e doeu até que eu desistisse de respirar.

Eu sinto muito pensar nisso ainda, mas nunca pude evitar fantasiar sobre o que, eu e você, poderíamos ter vindo a nos tornar.

As vezes, penso como seria se o abismo que nos separa não existisse, penso como seria se não estivéssemos a planetas, galáxias e constelações de distância.

Nenhuma distância nunca foi tão grande, quanto aquela que sempre separou minha boca da sua.

- Amar você é doloroso e inevitável, meu amor impossível.

Tudo aquilo que eu (não) disse Where stories live. Discover now