Prólogo

580 39 4
                                    

Já se passaram alguns meses desde que pisara em Phythian, voltara das Terras Humanas pois precisava ajustar alguns detalhes antes de finalmente voltar as Terras Feéricas. E não importava que estivesse mais perto de Phythian, seu sangue parecia gritar querendo ficar mais próximo ainda das terras feéricas.

Assim que cruzou o local onde jazia a antiga Muralha, seu sangue se acalmou, sentiu o ar entrar com mais facilidade em seus pulmões, era uma sensação boa e ao mesmo tempo ruim. Ela amava sua metade humana/bruxa... Mas ela era feérica também,  uma mestiça rara, a última como ela viveu a mais de dez mil anos atrás pelo que soube lendo os raros livros do seu povo. As bruxas são raras, mestiça então... quase impossível.

Mas ela gostava de ser assim, um ser raro de se achar, de ver e tocar. Havia algo muito bom na sensação de ser incomum, ela se sentia poderosa, dona de algo que só ela possuía, e que muitos se mataram para conseguir.

A floresta a recebeu bem, o cheiro de terra, folhas apodrecidas e folhas novas envolviam seu nariz. Era noite, ela conseguia sentir as criaturas a muitos metros dela, e apesar de não tê-las, Lilith não era boba a ponto de comprar briga com essas criaturas. Quanto mais delas vagassem por aí, melhor. Um dia elas a serviriam querendo ou não, seria tolice matá-las, mesmo que poucas. 

Andou por mais de uma hora sem nunca baixar a guarda, e ainda teria várias horas de caminhada pela frente, ou provavelmente dias. Era complicado encontrar alguém que não queria se achado, que não desejava a presença de outros por perto.

Ela esperava que a tão famosa besta estivesse de bom humor, não queria sujar suas roupas ao tentar se defender de suas garras e dentes enormes. Apesar de nunca tê-lo visto em sua forma, sabia o suficiente o estragos que suas garras poderiam fazer, não irritá-lo era uma opção sensata.

Lilith andou por mais algumas horas, passou por um riacho onde alguns olhos ousaram se aventurar e encará-la por cima da água.  As ninfas d'água era abundantes na Corte Primaveril, mas ficou surpresa ao vê-las no meio da noite espreitando ao redor, embaixo d'água. 

As ignorou e seguiu caminho, não deixou de reparar que apesar do avanço do atual Grão Senhor a Corte, ainda parecia como antes.  Flores abundantes, o verde potente das folhas, frutas apetitosas e o cheiro de terra e grama. Ficou aliviada, isso pouparia muita energia dela, caso tivesse que reparar a Corte inteira. 

Ao avistar um lago que parecia  prata derretido, cessou os passos. Admirou um pouco o belo lago que refletia a luz da lua, mas logo mais seguida olhou ao redor para encontrar a bendita besta. Já fazia um tempo que rastrear a criatura, e assim que conseguiu identificá-la com o feitiço que fizera mais cedo, apressou os passos. Já estava andando a muito tempo, e tempo era algo precioso demais para ficar desperdiçando admirando a floresta a noite.

Se agachou atrás de uma árvore com uma bela moita ao lado, e observou as margens do lago até que a encontrou. A besta estava deitada às margens, seus chifres brilhando a luz  da lua, seu pêlo apesar de tudo parecia macio. Já tinha planejado como abordar a criatura, já tinha recitado o feitiço que a protegeria das garras, só precisa de aproximar.

Se levantou devagar e com passos lentos se aproximou aos poucos do Grão Senhor em sua bela forma de besta. Assim como precisa sentiu os olhos verdes brilhantes a encararem com raiva, seu corpo se moveu em uma posição de ataque, e apesar de tudo, quando ela rosnou para ela, Lilith sorriu suavemente. A adrenalina já estava à espreita, e jogou pra longe a sensação que subiu em seu peito ao encarar aquele olhos verdes que pareceu dizer que logo seus dentes afiados iriam triturar seus ossos, caso não fosse embora. Ela não duvidava. 

- Você deve ser Tamlin, não? 

Ele rosnou novamente mas não disse uma palavra. Lilith manteu o sorriso no belo rosto.

- Não vim te matar, apenas te fazer uma proposta. Vai continua rosnando ou vai querer ouvir?

..........................................................................................................................

*OBS*

Essa parte do prólogo se passa uns dias após o final do último livro de ACOTAR. (Corte de Chamar Prateadas).

O primeiro capítulo se passa dois meses depois do prólogo. Não irei escrever essa parte com muitos detalhes, se não fica muito extenso.

Espero que estejam gostando.

Irei tentar postar no mínimo, uma vez na semana.

Corte de Flores e Vingança ● ACOTARWhere stories live. Discover now