8. O Quarteto

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Na escola as horas passam rapidamente pelo menos uma vez na vida. É estranho o sentimento da manhã passar mais rápido, e necessariamente o dia não estava sendo corrido, muito pelo contrário.

Talvez essa sensação esquisita tenha vindo justamente de um ruivo ansioso que a cada troca de sala de aula, olha atentamente para todos os lados em busca de uma certa pessoa, procurando como se sua vida dependesse apenas disso.

O dia além de rápido está esquisito. E não é só a sensação de Hinata sobre o tempo correr de forma sem sentido. Hinata Shouyou está esquisito. Toda vez que ele se dá conta do que está fazendo e de quem está incansavelmente procurando, seu corpo recebe um tipo de descarga elétrica e ele se sente anestesiado. Suas bochechas queimam quando ele se dá conta desse fato.

O ruivo volta a se sentar para tentar prestar atenção na aula, mas não consegue se concentrar em absolutamente nada que não seja a sua busca.

Contudo, na Educação Física, Shoyo fica novamente de fora dos alunos maiores que jogam agressivamente basquete na quadra. Ao sentar no banco, já cumprimenta Kenma, que por incrível que pareça abaixa o celular.

Hinata não nota esse estranho gesto do outro.

— É sério? Como podem só jogar basquete? — ele pergunta indignado, encarando um aglomerado de garotos que se juntou em cima de uma pessoa só. — Não há outros esportes diferentes e mil vezes melhores que basquete? Tipo, vôlei?

— É, sim.

— Acho ridículo isso!

Kenma maneja a cabeça e dá uma pequena olhada na tela do celular.

— Você tá livre hoje?

Hinata se vira para o loiro e um sorriso já começa a despontar de seus lábios. Kenma está direcionando o olhar para a belíssima cesta que um dos altões acerta, ele faz uma careta e encara o ruivo.

— Então…?

— Acho que sim!

Kenma digita algo em seu celular.

Shouyou fica olhando por um tempo, balançando o corpo de um lado para o outro e depois se volta para os garotos do basquete. Já faz quase duas semanas desde que Hinata começou a estudar ali e foram as quase duas semanas mais incríveis desde que o ruivo nasceu.

Ele passeou pela cidade com Tanaka e Nishinoya e se divertiu muito. Depois começou a se aproximar de Kenma na escola, principalmente nas aulas de educação física e vez ou outra sentava com o loiro e seu grupinho de amigos no intervalo.

— Se quiser ir na praia comigo e com meu grupo — Kenma convida, dando de ombros.

— Não vou atrapalhar vocês? — a pergunta sai da boca de Hinata quase que de imediato. Ele se arrepende de ter dito aquilo.

Kenma estreita os olhos e depois ergue as sobrancelhas.

— Não. Óbvio que não.

Hinata apenas dá um sorriso de lado.

— Vou pensar.

— Olha Hinata, a gente chamou você — ele dá ênfase na palavra. — Então, não vai atrapalhar.

A única coisa que o ruivo faz é concordar com a cabeça. Não era a primeira vez que Kenma dava essas “cortadas” em Hinata. Desde que ele começou a sentar com o quarteto, o falso loiro tem deixado o celular de lado para prestar atenção no ruivo. Shouyou não se sentia incomodado com isso, ele ficava meio impressionado com a capacidade de percepção do outro.

O sinal bate e ambos voltam para suas salas. O impressionante é que Hinata Shouyou ainda procura por Kageyama Tobio.

A caminho de casa, o ruivo viaja em seus pensamentos.

Flores em Meio a Tempestade - KageHinaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora