𝐂𝐲𝐛𝐞𝐫 🅚𝐢𝐥𝐥𝐞𝐫

𝟙⊘

Código vermelho.

Está aí algo que eu não pensava em ouvir nesse prédio. Não era por causa do alarme, mas porque eu realmente pensava que aqui seria um pouco mais seguro. O que poderia ter causado o disparo do alarme? E se tinha um vermelho, haviam de outras cores e categorias? Perguntas disparavam em minha mente ansiosa cortando minha calma como brasa enquanto apressava meus passos seguindo os irmãos que a pouco tempo atrás iriam se matar.

Não nego que uma parte minha estava extremamente satisfeita não só com a nova habilidade de atravessar coisas, mas com o fato de que o Kian quebrou mesmo alguns dos meus ossos — até porque eu senti —, mas em pouco tempo já voltaram ao normal. Eles haviam se curado como se fosse apenas um arranhão pequeno e simples de concertar. Eu sabia que as Armas Imperiais aumentavam a resistência e o poder de cura, porém não imaginava que seria de uma forma tão rápida.

Talvez quanto mais me machuque, mais rápido a habilidade de cura será ativada. 

Era um palpite.

Um palpite idiota que eu não queria comprovar de novo tão cedo. Eu havia me decidido. Depois de ser espancada por Kian inúmeras vezes sem conseguir revidar como queria, iria permitir que Sam me treinasse. Não queria admitir, mas queria sentir o sabor da revanche um dia.

Um dia bem distante já que até mesmo Samendrian parecia sofrer nas mãos de Kian quando o assusto era força bruta. O que me vem a pergunta novamente: O que ele é? Como pode ser tão forte?

Existia algo que ninguém estava querendo me falar, mas minha curiosidade sabia que eu precisava descobrir. Se não era por causa de uma Arma Imperial, era pelo que? Antes de continuar com a minha linha de raciocino, meu corpo encontro o corpo de Meave assim que ela parou.

— O que? — Ela afirmou ofegante por causa da corrida. Estava olhando para Kian, que parecia querer ouvir o que estava acontecendo lá fora. — O que você está ouvindo? — Engoli a seco e senti minha Joia de Hades começar a formigar. Grunhi tocando-a em desespero. Parecia ter levado um leve choque, mas não fui a única que senti. — Puta merda.

— O que foi?

— Você sentiu também, né?

Ela não precisou falar para eu saber sobre o que Meave se referia. Apenas assenti nervosa.

— Encontro vocês em alguns minutos! — Kian gritou começando a correr em direção as escadas. — Sam já está lá fora! Vá até ele!

Meave apenas assentiu e me puxou para o elevador. Tudo isso estava me deixando louca a ponto de querer gritar com tudo e todos. Que porra está acontecendo? O que foi isso que eu senti?

— O que está acontecendo, Meave!? — Indaguei em desespero assim que as portas se fecharam.

— Eu estava querendo te dar isso mais tarde, que merda! — Ela murmurou algo enquanto se agachava e pegava algo que parecia estar em sua perna. Franzi o cenho tentando entender. — Merda, merda, merda!

— Meave, o que está acontecendo!?

— Era para ser uma surpresa.

Ignorei a tristeza inundava sua voz e engoli a seco. Estava nervosa demais com a código vermelho para ficar nervosa com o que era para ser, aparentemente, uma surpresa para mim.

— MEAVE! — Gritei e a vi levantar, jogando seus cabelos para trás. Meu coração pareceu parar por um segundo, mas minha mente logo tentou ignorar sua beleza assim que encarou sua mão. Duas lâminas pratas brilharam em cada uma de suas mãos e eu a encarei sem entender. As adagas eram lindas, com runas cravadas tanto na lâmina, como no cabo que, além de ser metálico, carregava uma pedra roxa escura em seu centro. — Mas o que...