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Algo em meu corpo vibrou assim que a imagem de Teo atravessou a minha mente seguida dos corpos dos meus pais e irmã. Sangue. Algo que já havia adormecido pela indiferença e dor constante reacendeu e, naquele momento, eu queria matá-lo. Samendrian gargalhava com seus braços grandes e cruzados enquanto eu estava completamente congelada pela avalanche que me atingiu. Queria gritar, xingar, chorar, bater e matar, mas meu corpo não reagia.

Damen, ao seu lado, que estava sorrindo, agora estava sério, atento com o que estava a sua volta, como se ele tivesse percebido algo errado. Até então, confusão escorria pelas minhas extremidades, me corroendo a cada segundo que permanecia parada, em choque.

Os corpos dos meus pais jogados pela cama sem vida. Cortes pelo seu corpo pintavam o colchão de vermelho assim como os da minha irmã que pintavam o sofá. Pescoços dilacerados, olhos sem brilho, ossos quebrados. Como se o que os tivesse matado fosse uma criatura diferente do humano, mas que ainda carregava sentimentos porque nada disso poderia ser uma simples "limpeza". Quem os matou tinha ódio deles, queria vingança.

Meu estômago embrulhou e meus olhos arderam. Quem teria tanto ódio assim da minha irmã?

Respirei fundo sentindo que poderia cair dessa mesa a qualquer momento, mas antes que eu pudesse pensar em reagir, tudo que vi foi uma grande fumaça quente e laranja que me jogou com força para longe. Minha cabeça encontrou a parede metálica com força, me chocando com o chão logo em seguida.

Uma bomba.

Alguém implantou uma bomba aqui. Tentei levantar a cabeça, mas facadas perfuraram minhas costas, percorrendo cada nervo, cada membro. Soltei um gemido quando abri os olhos e, com a imagem turva, lutei com qualquer restante de força que tinha para levantar me levantar ou pelo menos mexer meu corpo, mas foi em vão. Eu estava presa ao chão, como um imã sobrecarregado.

Aqui! — Franzi o cenho, tentando me virar. Prendi a respiração com a dor. — Ela está aqui!

Meu deus, que cagada! — A risada grossa, por mais que perto, estava ficando cada vez mais distante, ecoando em minha cabeça e anestesiando meu corpo todo. Eu ia desmaiar, sabia disso. — Maeve, olha isso.

Impossível.

E assim, dentre todas as possibilidades, a única possível aconteceu e, desistindo de lutar contramaré, me permiti afundar em meus próprios pensamentos.

Na minha própria escuridão. 

Um barulho constante e robotizado vibrava em minha mente enquanto tentava recobrir minha consciência

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Um barulho constante e robotizado vibrava em minha mente enquanto tentava recobrir minha consciência. Queria lembrar o que aconteceu, mas assim que consegui fazer movimentos básico, senti o gosto metálico que impregnava minha boca e o cheiro completamente estranho sendo reconhecido pelas minhas narinas. Gemi, franzindo o rosto e comecei a mexer minhas extremidades vagarosamente, suspirando aliviada logo em seguida que me dei conta que ainda as mexia.

𝐂𝐲𝐛𝐞𝐫 🅚𝐢𝐥𝐥𝐞𝐫Where stories live. Discover now