Cap 24 : Aruna

706 42 5
                                    

- Filha, eu engravidei nova demais. Era uma menina cheia de sonhos e fantasias. - mamãe fala enquanto eu me deito em seu colo, e suas mãos alisam meus cabelos - De menina me tornei mulher, quando descobri sobre você, eu me tornei mulher. Nunca desisti de estudar, achava que isso iria me atrapalhar ou atrasar, para que pudesse conquistar tudo o que tenho hoje, só por você!

- Quando peguei você no colo, veio turbilhões de sentimentos. Vivi momentos de desesperos, achava que não conseguiria cuidar de você. - Respirou fundo e continuo. - Eu deixei você com a sua vó para poder correr atras do meu sonho por você. Aruna, sentimentos todos nós temos. Quando somos novos, nossos sentimentos são a mil. Eu te amo, amor. Seu pai te ama, suas irmãs e sua vó te amam. Você sempre foi a nossa princesinha. Não aceite menos do que isso.
Filha, termina com esse homem.
Se ele quisesse mesmo estar com você, não esperaria nenhuma resposta sua para mudar de vida.

- Não se esqueça, você é quem faz seu destino. Você merece toda felicidade do mundo, na verdade, você merece o mundo.
Não quero ver o fruto do meu amor se acabar por causa de um homem desse.

Depois disso, fomos para o quarto dela. Como antigamente, deitamos juntas e ela me fez carinho até dormir.

Minha mãe está certa, se rico me amasse mesmo não me colocaria prazos ou condições. Não teria que ficar esperando ele aparece a noite para ter ele só para mim.

Aí Rico, você acaba comigo!

***

Dois dias se passaram, ninguém falava sobre as mortes. O morro estava em completo luto.

Os becos, estavam vazios e o que restava eram as balas que estavam no chão. Nas paredes, marcas de sangue que respingou.

Todos meninos que morreram eu não conheci. Mas, fiquei estremamente triste com o que aconteceu com cada um.

Fiquei sabendo que o Rico pagou o enterro de todos. Com direito a velorio e tudo.

Falando em Rico. Faz um tempo que não o vejo. Não nos falamos. Desde quando Valeria deu a luz, eu não entrei em contato com Rico.

Na verdade, ele nem me procurou.

Nesse momento estou saindo do salão. Fechei as portas. Olho a hora e vejo que já são quase 22h.

Com esse acontecimento, as escolas e creches suspenderam as aulas. Com medo, logico.

Como estou com bastante dinheiro na bolsa, resolvo pegar um moto taxi ao inves de pegar onibus.

Olho para esquina, no ponto de moto taxi e seleciono um. Eu sabia que ele não iria subir o morro. Então apenas pedi que me deixasse na entrada. O morro não é proibido de subir, todos que vão na boa, podem subir de boa.

Mas com o acontecimento de uns dias atrás, ninguem tem coragem de subir.

Antes de subir na moto, já efetuo o pagamento.

Subo na moto e vou embora.

***

Suspiro cansada quando termino de subir a ultima ladeira. Paro um pouco perto de um beco. Já conseguindo enxergar a minha casa.

Me arrependi amargamente por ter parado bem ali. 

Quando olho para dentro de um beco, vejo Rico fumando e olhando para mim.

Com sua cara fechada, os olhos estavam normal, significa que não estava drogado e nem bebado. Meus olhos ne traem e me faz olha- lo por interio. Vejo que está sem camisa, apenas de bermuda jeans e kenner no pé.

Me apresso a andar mais rapido quando vejo que seu rosto se transformou quando viu o que eu vestia. Um short jeans bem curto e uma blusa curta que deixava meu piercing do umbigo a mostra.

Sabia que na cabeça do Rico eu ainda sou dele. Apesar de já ter tomado a decisão de não ficar mais com ele, de deixar ele seguir a vida dele e eu a minha, eu ainda não conversei com ele.

Mas ainda não to pronta para essa conversa.

Acho que Rico não se importa com isso, já que chegou perto de mim em uma velocidade tão rapida que eu me assustei.

- Vem comigo! Não tente nenhuma gracinha, pocahontas!



**********

Desculpe pela demora e não reparem nos erros de ortografia.

Beijos!

No alto da Rocinha [ PARADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora