Ele balançou a cabeça, em uma negativa divertida.

- Não agora que te conheço com a palma da minha mão. Eu sei o que você quer com esse seu comportamento.

- Nem vem. Não vai bater na minha bunda!

Dean soltou uma risada completa. Composta de músculos se contraindo bem no meu rosto, olhos fechados e uma gargalhada alta e potente.

- Não pensei nisso, mas podemos negociar uma punição. Você não deveria ser tão malvada assim na minha casa.

- Devo lembrar que eu não queria vir? Você que me sequestrou. Agora aguenta.

- Sabe o que eu acho?- Ele me encarava profundamente. Seus olhos quase não piscavam. Estavam entreabertos e com um brilho de quem encara a sua presa. - Que está bancando a difícil porque quer mais. Te conheço o suficiente pra saber que jamais pediria outro orgasmo alucinante como aquele. Vai agir como uma megera até eu perder o controle e te jogar na minha cama, não vai Ayla? Sabe que eu vou fazer pior com você. 

Balancei a cabeça respondendo um não. Palavras estavam encontrando uma barreira forte na minha garganta fechada.

Dean sorriu e aproximou seu rosto do meu, centímetros antes dos meus lábios, mas parecia uma distancia quilométrica para o meu desejo.

- Quando eu te pegar, Ursinha... - Ele puxou o ar entre os dentes, como se a simples imagem que invadiu nossas mentes fosse quase tão prazerosa quanto o ato. - Vou calar esse seu mau humor com o meu pau.

Abri a boca para... para quê? Reclamar? Negar? Eu jamais teria a força sobrehumana de impedi-lo.

Ele tocou eu queixo e fechou a minha boca. Logo depois depositou um beijo carinhoso e demorado nos meus lábios. Dean fez questão de respirar o meu ar, e inspirou profundamente a minha pele.

- Agora não. Depois.

Ele se afastou de mim e eu me senti fria. Como se tivesse voltado para casa. Mas eu não queria voltar para casa, esse era o problema. Para muitos, o lar era o melhor lugar onde poderia estar, mas para mim, o melhor lugar era Dean. Era quente, protegido, confortável, divertido... tinha aquele sentimento que embaralha a mente e aperta o coração.

 Por quanto tempo, Ayla? Você já sentiu isso antes.

- Preciso trabalhar. Tenho muita coisa para fazer - Dean falou. - Explore a casa, fique a vontade. Te vejo mais tarde.

Era um aviso velado para não incomoda-lo enquanto trabalhava. Dean caminhou até a porta do outro lado da sala e entrou no seu escritório, fechando-a atrás de si.

Agora sim eu poderia respirar direito. Me joguei contra o sofá e suspirei alto várias vezes até me desintoxicar da visão cor de rosa que inebriava meus pensamentos.

Não posso confiar nesse coração traiçoeiro. Já percorri esse caminho antes, e não foi nada cor de rosa no final. Por que eu continuava atraindo a mesma situação depois de tantos anos sofrendo a consequência?

Dean Rodwell não é para mim. Nunca foi e nunca será. Rodwells não andam por ai com Auburns. São opostos. Sem chances de eu deixar meu coração desejar um homem como ele outra vez. Não agora que tenho uma filha para cuidar. Não posso ser egoísta ao ponto de me meter em mais uma enrascada como essa.

Decidida a não me arriscar, me levantei e deixei o conforto do seu sofá. Uma boa caminhada dolorida vai me ajudar a lembrar o que é a vida: dor, desconforto e esforço.

Peguei o elevador no hall de entrada e apertei o primeiro botão que meu dedo encontrou no painel de andares. Fui para o 5º andar, mas as portas se abriram para um salão deserto e vazio, então escolhi o numero 11 e apertei.

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Oct 18, 2023 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

Um CEO de NatalWhere stories live. Discover now