O Caso - parte 2

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    Estou seguindo minha mãe pelos corredores, ela anda tão rápido que eu quase derrubo meu café, então resolvo simplesmente jogá-lo na lixeira mais próxima que encontro, que fica em frente a sala cirúrgica na qual minha mãe acabara de entrar. Eu ainda não sei do que se trata essa cirurgia, não faço ideia do que esperar e nem se estou pronta para ela. Respiro aceleradamente, estou ansiosa, mas tento controlar antes de passar por aquelas portas. Quando entro me esbarro em alguém, que me segura quando quase caio.

- Você é fraca. - vejo que minha mãe já está lavando as mãos enquanto olha pra mim afirmando isso, sem nem ter dado tempo de eu ver quem estava me segurando. -  Espero que tenha comido algo ao invés de só ter tomado café, você está cambaleando e respirando pesado quando está prestes a realizar uma cirurgia rara dessas. 

- E...Eu... - tento respondê-la.

- Foi culpa minha, estava saindo e quase a derrubei. - Sou interrompida pelo sujeito que me segura, e então percebo que é o Dr. Evans. Viro os olhos.

- Mas agora não estou mais caindo, acredito que pode me soltar. E...

- Estava saindo? Nós já vamos começar. - Interrompe minha mãe. Bufo ao perceber que será quase impossível eu conseguir falar algo por completo enquanto estiver em meu período de residência, e caminho para lavar as mãos. 

   Ao olhar pelo vidro percebo que há mais médicos atendentes do que qualquer outra coisa dentro daquela sala, fico cada vez mais nervosa por não fazer ideia do que está prestes a acontecer. Só há mais um residente pelo que percebo, deve ser uma cirurgia complicada, e... - SIAMESES! - Exclamo ao me lembrar que minha mãe havia falado que realizara com meu pai quando havia acabado de entrar aqui.

- Alguém andou fazendo a lição de casa... - diz Dr. Evans com um sorriso torto. Pensei que estava falando com a minha mãe mas percebo que só está nós dois ali. - Não sei o que fez sua mãe querer mudar a escala quando claramente iríamos fazer tudo junto, você irá ficar na geral por mais 3 dias e acredito que...

- Não temos tempo pra conversar! - afirmo, já entrando na sala de cirurgia. 

Percebo que ele vem logo atrás, e logo escuto a voz da minha mãe. - Bisturi. - a enfermeira entrega e percebo que o cronômetro começa a contar no mesmo momento.

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