- Nossa! Quanta positivismo logo pela manhã, pela sua cara deve ter tido mais uma noite de pesadelos. - ela me olha com pena.

- Desculpe, mas é verdade.

- Então não vai comer? - pergunta ela arqueando a sobrancelha.

- Vou, apenas para não desmerecer sua vinda até aqui e por que o cheiro está muito bom.

- Que bom! Pelo menos isso. - diz ela me servindo uma porção de meu desjejum.

- Alguma novidade? - pergunto enquanto beberico o suco de laranja.

- Effie disse que viria aqui para fazer-lhe uma visita mês que vem, ela disse que queria vir antes, mas tem que resolver umas coisas primeiro.

Effie. Como será que ela está lidando com esta mudança? Sem festas extravagantes e nada para organizar para ser um grande, grande, grande dia. Permito-me uma sombra de um sorriso.

- Katniss?! Está me ouvindo? - pergunta Greasy Sae me olhando inquisitiva.

- Aham. - respondo dando uma colherada nos ovos e bacon, que realmente está uma delícia.

- Então, o que foi que eu acabei de lhe contar?! - desafia-me ela.

- Algo sobre Effie vir aqui.

- Depois disso? - questiona-me.

- Algo sobre como o transporte está mais rápido? - chuto.

- Não! Eu disse que o pobre do Peeta teve que ir até a Capital para trocar a prótese da perna, o Haymitch se ofereceu para acompanhar, mas ele negou.

Peeta. Então eu me pergunto o que acontece com as pessoas que eu costumava ver no meu dia a dia.

- Ah! - digo olhando para meu prato vazio, que até então não tinha me dado conta do tamanho da cratera que estava meu estômago - Eu agradeço pelo café da manhã. Não precisa lavar a louça, pode deixar aí. Vou subir e tomar banho.

- Katniss? Você não quer que eu fique para lhe fazer companhia? - pergunta Greasy Sae.

- Não há necessidade, mas quem sabe outro dia, preciso arrumar umas coisas.

As duas sabem que isso é uma mentira, mas ela não comenta nada, apenas pega suas coisas e vai embora.

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Passaram-se duas semanas.

Duas semanas de mesma rotina, duas semanas de nada a não ser rotina. Duas semanas que não recebo notícias do mundo - de Peeta. Sento-me à janela e observo a chuva e as folhas e a neve colidir. Elas se revezam dançando ao vento, executando coreografias para as massas desavisadas. Queria poder rechear a boca de chuva e encher os bolsos de neve. Queria poder traçar as veias de uma folha caída e sentir o vento beliscar o nariz.

- O que você está fazendo?

Aquela voz. Não pode ser.

1

2

3 segundos se passam.

- Nada. - consigo responder depois de meu topor.


Mais cinco segundos.


-Posso me sentar ao seu lado? - pergunta ele com aquele sorriso fácil.

Isso seria maravilhoso.

Peeta está de pé.

Viro-me para encontrar com seus olhos e imediatamente me arrependo. Há alguns centímetros entre nós e não posso me mexer porque meu corpo só faz congelar. Cada músculo cada movimento comprime-se, cada vértebra de minha coluna é um bloco de gelo. Estou segurando a respiração e meus olhos estão arregalados, perdidos, surpreendidos pela intensidade de seu olhar. Não consigo desviar o olhar. Não sei como escapar.

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⏰ Last updated: Nov 16, 2018 ⏰

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This Is What It Feels Like/ Wicked Games (The Hunger Games)Where stories live. Discover now