16 - Um passeio com o conde

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Antes de acompanhar o Lorde Kendall no passeio, Violet fez questão que eu trocasse de vestido. Eu ainda não entendia a lógica de um vestido para cada ocasião se todos eram excepcionalmente lindos, apesar que uns mais quentes que outros. Então fiz o que ela pediu, coloquei um vestido de passeio, prendi a trança em um coque baixo  e fomos ao Hyde Park.

Violet aproveitou e levou, Hyacinth, Gregory e Francesca para um passeio também. Eles serviram como meus acompanhantes, caminhando atrás de mim e do Lorde Kendall como permitia o decoro.

Confesso que ainda não me acostumei de chamar as pessoas pelo título ou algo do tipo. Mas fazia justamente para não me sentir deslocada, eu que era a intrusa aqui.

Henry me ofereceu o braço, e não aceitei. Tive medo que se eu segurasse o braço dele, iria ser muito íntimo e ele pensaria que estava me cortejando, quando claramente não era essa a minha intenção.

E então, caminhamos lado a lado.
Apesar de tudo, ele foi tão fofo comigo na noite do baile que se nós estivéssemos no meu século, com certeza ele seria um ótimo partido, a verdade é que nesse século ele também era um ótimo partido a diferença era que eu não poderia tê-lo nem aqui e nem lá.

— Gostou das flores? Eu não sabia quais eram suas flores favoritas, então mandei rosas porque todo mundo gosta de rosas.

— Eu adorei, milorde, de verdade. E, fique sabendo que não tenho um tipo de flor favorita, apesar que eu gosto muito das orquídeas e cravos, mas todas as flores são minhas preferidas, eu adoro aquelas que tenham cores diferentes, sabe? Amarelo, azul... uma vez eu vi uma que era tão...

Ele me fez uma simples pergunta e eu já vou respondendo com um monólogo. Quando parei de falar de repente, ele sorriu...

— Eu falo demais, não é?

— Pode continuar, eu estava gostando de saber.

— É melhor não! – deixei de olhá-lo, e encarei os meus pés.

A verdade é que no século 21 eu não sabia flertar. Os poucos meninos que eu já fiquei na vida eram meus amigos que já me conheciam, então eu não precisava flertar com eles.

Eu estava aprendendo na prática o que isso significava...

— Por que fugiu daquele jeito ontem? Fiquei preocupado. Pensei que poderia ter feito ou dito alguma coisa para você que te deixou magoada.

Ainn, que coisa fofa! Não, meu bem, você não fez nada de errado, eu que te devo desculpas por ter que mentir pra você sobre os meus reais motivos.

— Não foi nada, eu só... – engoli em seco tentando pensar em algo. — ... fiquei com dor de barriga.

Isso! Encontrou uma desculpa maravilhosa!
Burra...

— É... – comecei a entrelaçar os meus dedos que estavam à frente do vestido, e olhei para o outro lado. Não conseguia encara-lo nesse momento.

DE TANTA VERGONHA!

— Dor de barriga? – ele quebrou o silêncio.

— Sim! E com aquele vestido? Já sabe, né...

Não sabe não, cala a boca que você só está passando mais vergonha.

Quando eu achei que a situação já estava tensa o suficiente, ele olhou para mim e caiu na gargalhada.

Pera aí, ele estava rindo?

— Ai, senhorita Bernardi, a senhorita é muito engraçada. – ele riu tanto que pôs a mão na barriga para conter o riso.

— Não ria... – falei prendendo o riso. — Mas é mesmo engraçado.

No passado com os Bridgertons - livro 1Where stories live. Discover now