2 - No século XIX

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Ao despertar, ainda não tinha aberto os olhos, havia algo estranho e isso eu poderia constatar antes mesmo de abri-los. Primeiro que eu sentia como se minha cama tivesse virado pedra. Não sabia que estava precisando trocar o colchão, ô negócio duro.

Depois, senti frio, muuuuito frio. Mas não me lembrava de ter ligado o ventilador ontem antes de dormir. E terceiro, estava de olhos fechados mas pude ver que estava claro, pelo que me lembro a janela do meu quarto estava fechada, e a cortina blackout deixava tudo escuro.

E no quarto, havia barulho, barulho de pessoas conversando e cavalos... pera aí, cavalos? O que está acontecendo?

Abri os olhos imediatamente e me deparei num lugar totalmente diferente do meu quarto e da minha cama. Estava deitada no chão, em um cantinho escondido, parecendo uma mendiga.

Me levantei rapidamente olhando para baixo, estou com a mesma roupa do aniversário. Calças jeans, uma blusa simples de gola alta branca, um casaco preto, ain, graças a Deus eu estava de casaco, e um tênis.

Mas estava na rua, num lugar aleatório e desconhecido, ouvindo até barulho de cavalo numa... carroça?

– Não, Annelise, não! Isso tudo é um sonho, sim, um sonho que daqui a pouco você vai acordar. – falei sozinha tentando convencer a mim mesma desse sonho, ou melhor, pesadelo. – Ó, feche os olhos, muito forte... – fiz isso, fechei os olhos. – ...e quando você abri-los, voialà, estará de volta a sua casinha, ao seu quartinho quentinho e a proteção da sua cama. Um, dois, três...

Abri os olhos... e droga! Eu ainda estava naquele lugar esquisito. O que diabos aconteceu? Onde eu estou? Se isso não é um pesadelo? O que estou fazendo aqui? Como vim parar aqui?

Eu estava com medo de sair do cantinho que estava, de repente eu acordo em um lugar que nunca vi na vida.

Procurei meu celular nos bolsos e percebi... merda! Vim pra cá e ainda por cima sem identidade, sem celular... o que eu faria agora? Engoli em seco e decidi raciocinar, desespero não me levaria a lugar nenhum. Por isso decidi andar, andar por aí para pelo menos tentar me situar, né?

Então saí do meu cantinho onde estava deitada e comecei a andar pelas ruas. E quanto mais eu andava, mas olhava ao meu redor, tudo se tornava mais estranho ainda... havia carruagens...

– Pera aí, carruagens? Eu fiquei doida! Só pode ser, pirei de vez...

Continuei olhando tudo ao meu redor e vi pessoas com vestidos de festa...

– Mas que... onde eu estou? Por que as pessoas estão vestidas como se fossem para uma festa, baile ou sei lá o quê? E os penteados? E... – falava sozinha, girando no lugar, o que começou a chamar atenção das pessoas.

Essas pessoas estranhas passam e olham para mim dos pés a cabeça. Cochicham umas com as outras numa língua que eu demorei um pouco para entender...

– Inglês! Estão falando inglês. Ainda bem que fiz curso. Valeu fisk! – falei com um sorrisinho no rosto, mas logo desfazendo porque já havia se passado minutos e eu ainda estava presa nesse pesadelo.

Então foi quando algo aconteceu... avistei de longe um menino correndo entregando um folheto para as pessoas, na verdade, essas pessoas pagavam o menino. No fundo senti que saberia o que estava acontecendo se eu pegasse esse papel, mas como?

Não sabia onde estava, sem um real no bolso, como saberia qual moeda era daquele país? Mas por algum motivo o menino me entregou o papel e saiu correndo.

– Obrigada! – eu disse agradecendo-o e ao virar e ler o que estava escrito... quase desmaiei.
"Crônicas da sociedade de Lady Whistledown, 17 de outubro de 1814".

Mas que mer...

No passado com os Bridgertons - livro 1जहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें