— Que foi? — Mia olha para mim, curiosidade brilhando nos seus olhos mas dou de ombros.

— Não sei, Christian só falou que tem uma notícia que vai me fazer feliz. — ela morde o lábio inferior e esfrega as palmas das mãos no tecido do vestido. — Fala, Mia.

— Não é nada demais, é só que a sua mãe ligou algumas vezes ao longo dessas últimas semanas e todas as vezes ela reclamava que você não havia retornado as ligações. Depois do stresse no hospital eu não queria te preocupar com mais esse problema, por isso passei os recados para o Christian.

— Se a sua preocupação é essa pode ficar tranquila, Christian me falou de todas as vezes que ela ligou. Eu não retornei porque não quis. — suspiro e fito o meu filho.

Teddy suspira e aperta o coelinho com mais força enquanto chupa a sua chupeta. Passo a ponta dos meus dedos de leve pelas bochechas dele e o meu bebê ronrona.

— Eu sei que não é da minha conta mas não consigo perdoá-la por ter chamado o Teddy de bastardo. — meus olhos se enchem de lágrimas e eu tombo a cabeça para trás, piscando repetidamente para afastá-las.

Minha mãe não merece que eu chore por ela, muito menos que eu estrague a maquiagem que fiz especialmente para uma noite com o meu marido.

Carla Steele não merece nada, na verdade.

A única coisa que desejo para ela agora é a morte lenta e dolorosa do filho dela.

— Você é madrinha dele e isso é da sua conta sim. E eu também não posso perdoá-la por essa merda. O Teddy é neto dela, que tipo de doente chama um recém nascido de bastardo?

— A sua mãe nunca gostou de você, Ana. Desculpa falar isso assim, sei que provavelmente é doloroso mas nós somos amigas a anos e eu não sou idiota. Ela sempre foi uma filha da puta com você enquanto o Alex era o menino de ouro. — bufo e solto o meu cinto de segurança, fazendo o mesmo com o Teddy enquanto Taylor dá a volta na fonte e para na porta da mansão.

— Ela que aproveite a presença dele enquanto pode. O Alex não vai viver por muito mais tempo.

Salto para fora do SUV e vejo Christian vir até nós com um sorriso enorme. Ele me dá um beijo casto nos lábios e pega Teddy do meu colo, enchendo o nosso bebê de beijinhos.

— O papai sentiu saudades, campeão. — Elliot chega por trás e ri da cena, me puxando para um abraço enquanto mantém os dedos entrelaçados aos da Mia.

— Quem diria que a paternidade mudaria tanto um homem. — Elliot murmura com um timbre sonhador e olha para Mia com uma intensidade desconcertante.

— Em breve você vai conhecer a sensação, irmão. É incrível, juro. — Christian aperta Teddy contra o peito e me puxa para os braços dele também. — Sei que temos planos mas podemos fazer uma reunião rápida agora? É importante.

Assinto e pego Teddy nos meus braços antes de entrar em casa. Vou direto para a biblioteca e encontro Adriano mexendo em alguns papéis.

— Oi, cunhada. Pronta para bancar a mafiosa?

— Por que da pergunta? — Adriano arqueia uma sobrancelha e guarda um bolo de papéis numa pasta preta, jogando-a dentro de uma das gavetas da escrivaninha.

— Christian não te contou ainda?

— Você e a sua eterna boca grande. — Christian rosna e olha carrancudo para Adriano enquanto entra no escritório, Elliot logo atrás.

— Agora que você começou a falar, termine. O que eu ainda não estou sabendo?

— Conseguimos chegar até o Alex, dea. — Christian murmura com entusiasmo e um sorriso cresce rapidamente nos meus lábios.

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