Capítulo 25

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Me encosto no corrimão da varanda com vista para o pequeno lago atrás do castelo. É sempre lindo à noite. Dary me passa a garrafa de hidromel e eu tomo um gole, fazendo uma careta.

— Esta é uma mistura estranha.

Tusso, entregando-a a Mira.

Ela bebe a garrafa lentamente, como se fosse nada mais do que água, antes de devolvê-la a Dary com um sorriso.

— Tem um gosto bom para mim.

— É das Ilhas Orientais, não é?

Mira pergunta. Ela saberia. Seu pai incutiu os fatos dos negócios da família em sua cabeça desde que ela era criança. Talvez essa seja uma das razões pelas quais nossos pais sempre foram tão próximos; ambos têm mulheres como herdeiras.

— É.

Dary ri antes de tomar outro gole e sorrir para Mira, claramente impressionado com seu conhecimento.

— Você acha que vamos terminar o jubileu?

— Não tenho certeza se há tempo, a maioria dos reinos deve voltar em breve.

Olho para Dary, meu coração torcendo quando percebo que perdi minha semana inteira com ele este ano. Mira vai se casar, quer diga a Dary o que está em seu coração ou não, e um dia, Dary também vai se casar. Essas visitas de primavera serão muito diferentes quando eles estiverem casados. Chega de bebedeiras noturnas na varanda, chega de piqueniques nas colinas ao redor do castelo, e odeio esse pensamento.

É como se minha infância estivesse me deixando. E embora eu seja uma mulher adulta, ainda quero muito manter essas partes de mim mesma. As partes que me fazem eu. Minha amizade com esses dois definitivamente contribuiu para quem sou como pessoa.

— Sim, os governantes visitantes terão que voltar logo. Ficar longe de seu povo por muito tempo é perigoso. Regentes ficam gananciosos com o poder, as pessoas se acostumam a aceitar ordens de alguém que não é seu rei.

— Ou rainha.

Mira corrige.

— Ou rainha.

Ele ri, saudando-me com sua garrafa.

Sorrio para os dois, notando como os olhos de Dary brilham cada vez que ele olha para Mira, como as bochechas dela ficam vermelhas sempre que ele a pega olhando para ele. Como eles ainda não perceberam?

— Tenho certeza de que Izvora está prestes a partir, pelo menos. Meu pai realmente irritou Aeron.

— Ele fez

Dary ri.

— Mas, para ser justo, Aeron foi incrivelmente ousado com essa oferta. Eu o respeitaria por isso, se não fosse pela birra que se seguiu.

Dary passa o dedo pelo cabelo comprido e dá de ombros.

— Um homem é tão bom quanto sua capacidade de aceitar a palavra 'Não'.

Pisco enquanto suas palavras penetram em mim.

— Obrigada.

Murmuro.

— Pelo quê?

— Por sempre ser gentil comigo. Por não tentar forçar minha mão quando estávamos noivos. Sei que unir nossos reinos com um herdeiro comum teria sido algo histórico, e nossos pais também adoraram a ideia. Você nunca vacilou como meu amigo, Dary, obrigada.

Eu sorrio, verdadeiramente grata pela amizade que encontramos um no outro. Nem todo mundo tem tanta sorte quanto eu.

— Eu não...

Estimada (Camren)Where stories live. Discover now