Capítulo 33

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Cristhian

Esperar era o pior para quem não tinha respostas.
Esperar para saber se meu pai estava vivo.
Esperar para descobrir quem nos machucou.
Esperar, esperar e esperar era a maior dor. Não saber o que
havia acontecido estava me matando lentamente e eu não podia
fazer nada. O país estava em colapso e eu me vi na frente do
espelho, usando meu uniforme real, para dar à população palavras
de conforto que eu mesmo não tinha.
Como explicar que um país pacífico teve o seu primeiro
atentado? Houve uma única guerra para que Rainland se tornasse o
país que era e nunca mais tivemos problemas. Uma ilha no mar
celta, um país que todos amavam. Uma bomba? Conflitos? Eu sabia
que nosso exército era preparado, assim como todos os poderes.
Possuíamos tecnologia o suficiente para descobrir quem queria nos
ferir.
E eu tinha que focar em Rainland.
— Está pronto, Alteza? — Taylor bateu na porta.
Não falei nada, apenas apareci e segui a comitiva até a sala de
conferências para começarmos a transmissão a nível mundial.
Sentado na cadeira principal, olhei para a câmera e não precisei
usar a tela de apoio com a mensagem para falar com o país. Eu
estava falando como Príncipe de Rye, herdeiro do trono. Era o
momento de deixar o filho preocupado sem notícias do pai fora da
sala e ser adulto.

Assim que a luz apagou, não relaxei meus ombros, ouvindo
que meu pai estava a caminho do centro médico militar e ainda não
sabiam a gravidade dos ferimentos. Seu secretário havia falecido e
o motorista estava com ferimentos graves. Eu não obtive
autorização do palácio para sair, porque não sabiam se haveria
outro ataque. Meu pai precisaria ficar lá, em um local protegido e
teria o melhor tratamento.
— A varredura do palácio terminou?
— Ainda não — Taylor me informou. — O jantar está sendo
levado para a residência da sua mãe. Elas ainda não foram
informadas do seu pai. Ethan achou melhor esperá-lo.
— Ele fez bem. Quero contar pessoalmente. — Afrouxei os
punhos do casaco. — Eu quero que eles me mantenham informado.
Dê um jeito de abrir a comunicação. Sei que é protocolo, porque é
necessário nos manter seguros, mas eu preciso saber do meu pai.
Ele é o rei e é meu pai.
— Farei o meu melhor, senhor — Taylor prometeu e saiu
rapidamente na direção oposta.
Pela primeira vez, a frente do palácio de Rainland estava
fechada.
Não havia ninguém nos jardins.
Houve um toque de recolher.
Ethan estava do lado de fora da residência dos meus pais e
ficou de pé quando me viu. Ele estava com um olhar preocupado,
querendo saber se tudo estava bem.
— Acabei de falar com Louis. Parece que seu avô entendeu
que sua mãe estava junto e passou mal. Eles estão se reunindo.

— Toda família precisa ficar segura agora. — Empurrei a porta
aberta. Charlotte foi a primeira a ficar de pé. Anastacia endireitou a
postura. — Onde está a mamãe?
— O médico lhe deu um calmante. A pressão arterial estava
elevada, ela começou a passar mal aqui e eu não sabia o que fazer.
Está deitada no quarto, completamente apagada. — Minha irmã
correu para me abraçar. — Me diga que tem notícias do papai.
— Ele está no hospital e não sei a gravidade dos ferimentos. —
Abracei-a de volta e beijei seus cabelos. — Teremos fé que está
bem. Não tenho muito tempo, estou no comando até o papai voltar.
Tentarei dar notícias e espero que esse pesadelo termine logo.
— Você vai se sair bem. Tenho orgulho de você, não sei o que
faria agora. — Ela chorou um pouco e limpei suas lágrimas.
Charlotte saiu dos meus braços e foi para seu marido.
Ajoelhei na frente de Anastacia. Pelas pálpebras inchadas e a
maquiagem sutilmente borrada, chorou antes da minha chegada.
Ela se fez de forte, me entregando um sorriso encorajador e um
abraço confiante. Escondi meu rosto em seu pescoço, buscando
força e conforto. Minha mente estava dispersa. Meu pai precisava
sobreviver.
— Acredito no seu potencial como governante, é um excelente
príncipe herdeiro e seu pai logo estará em casa para sentir orgulho
dos seus feitos — falou baixinho e eu assenti, aceitando suas
palavras e levando-as para o meu coração. — Te amo, estou aqui
com você.
— Eu te amo.

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