Capitulo 18

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Anastácia

Charlotte e Ethan saíram depois do café e a mesa foi
recolhida enquanto Cristhian e eu seguimos para um conjunto de
sofás. Ele segurou minhas mãos e olhou em meus olhos com um
sofrimento que me deixou profundamente preocupada. Não era
comum seus olhos azuis, sempre leves e divertidos, mostrando
qualquer medo. Ou talvez, não o conhecesse completamente.
— Você está me deixando nervosa.
— Temos que falar sobre o bebê e o nosso futuro. É algo bem
sério e vai mudar tudo, trazer um peso ao nosso relacionamento,
que até então, tínhamos o acordo de evitar. — Ele acariciou minha
palma. — Para que possa assumir o bebê e fazer parte da vida dele,
ele terá que ser reconhecido oficialmente como meu herdeiro. Para
isso, precisamos nos casar.
Puta merda.
Arquejei e não consegui falar nada.
— Sei que estamos apaixonados agora e ainda assim, o
casamento é algo tão assustador quanto criar um filho.
Principalmente, com o peso que ser minha esposa vai trazer para
sua vida. Se tornar a Princesa de Rye, significa abrir mão da sua
vida como modelo, terá que se converter ao catolicismo e obedecer
todas as regras da família real e de Rainland. — Ele entrelaçou
nossos dedos porque eu me sentia em choque. — Deixará de ser Ana Stelle para se tornar Anastácia é, Princesa de Rainland e trabalhará
para o governo com amor e dedicação, porque fará um juramento à
coroa.

— cristhian…
— Eu sei, me perdoe. — Os olhos dele brilhavam. — Tudo que
menos quis foi te arrastar para esse inferno e me dói tanto o que a
minha vida vai causar na sua… Eu até cogitei a possibilidade de te
deixar livre para criar nosso bebê sem mim, mas isso significaria
que não poderia ser o pai dele. Eu não posso viver com isso, Anastácia.
Não quero abrir mão da vida dele. Eu o sou pai.
— Não quero que abra mão da vida dele, mas eu…
— Não quer abrir mão da sua — ele concluiu por mim.
Comecei a chorar, sentindo desespero. Não consegui controlar os
soluços. — Ei, se acalme. Eu posso lidar com a segunda opção, só
quis deixar claro que nunca será o meu desejo.
— Não é isso! É muita coisa da noite para o dia, sei que não
seria modelo para sempre e pelo amor de tudo que acredito, eu
quero que meu bebê tenha o pai! Cresci com o meu e não vou tirar
isso dele, não sou tão egoísta assim, mas caramba! É muita coisa!
— Segurei seu rosto, querendo que me entendesse. — Cristhian, eu
não nasci na família real. Nunca precisei me portar como uma
princesa. Tudo que queria era ter dinheiro para viver bem e poder
escrever todas as coisas que sinto. Como vou governar ao seu
lado? Como serei uma princesa? Eu nasci no interior da Inglaterra!
— Ah, linda. — Ele me beijou, secando minha bochecha e
fechei os olhos. Deitei minha cabeça em seu ombro. — Confie em
mim, vamos ficar bem, só por favor, confie em mim. Não quero viver
sem você e o bebê.
— Eu sei, nem eu quero. Tenha paciência comigo. A decisão é
difícil de tomar, mas qualquer outra, vai me rasgar ao meio.

— Você vai ficar?
O que eu iria fazer? Pensar em me afastar e criar meu filho
como um segredo sujo da realeza não era o que queria e nem
aceitaria. Cristhian e eu não fizemos nada errado.
— Eu não quero ter esse bebê sem você — falei baixinho.
Cristhian chorou. Ele estava sentindo muita dor e não cansava
de repetir que a culpa era dele. O abracei, confortando-o. Não me
arrependia de me apaixonar, muito menos de tudo que vivemos, o
bebê foi uma surpresa e nós não podíamos pagar como se fosse um
pecado.
— Se você não me soltar, eu prometo que não vou te soltar.
Não me deixe sozinha.
Ele olhou em meus olhos com tristeza e ao mesmo tempo, um
pequeno sorriso nos lábios.
— Eu nunca vou te soltar, Anastácia. É uma promessa. —
Entrelaçou nossos dedos.
Nós ficamos abraçados por um tempo, até que Taylor nos
chamou gentilmente e Cristhian me conduziu a uma sala onde
estava sua equipe. Eles foram comunicados sobre a gravidez e tudo
deveria ser tratado com extremo sigilo até que contássemos para
nossas famílias. Foram organizadas as minhas idas ao médico sem
que soubessem, assim como o noivado e o casamento, que
precisaria acontecer em um piscar de olhos.
Cristhian segurou minha mão a todo momento. Quando
precisava escrever, colocava em sua coxa, mas nunca me deixou
longe. Eu estava tentando acompanhar a rapidez com que eles
conseguiam encaixar tudo para evitar um escândalo. Já seria um,

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