ᴏɪᴛᴏ

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Acordo com o sol em minha cara em uma brecha na janela

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Acordo com o sol em minha cara em uma brecha na janela. sento no colchão a procura do meu celular. assim que pego o eletrônico vejo várias mensagens de mamãe.
umas perguntavam onde eu tava, outras falando que eu era irresponsável, que eu nasci só pra fazer merda. li uma mensagem dizendo que ela estava vindo atrás de mim.. mas como? Se eu literalmente estava no andar de cima da casa dela?

desliguei o aparelho, não queria responder nenhuma daquelas mensagens.. nem faz sentido. Era cedo mas o sol ja havia aparecido, mas eram por volta de 7:21 da manhã. me levanto para tampar a brecha da cortina que deixava o sol entrar.

tento dormir novamente, mas não consigo.

vou até o banheiro e lavo o meu rosto, logo ouço batidas na porta.

— pode entrar... — digo e a porta do meu quarto é aberta.

— oque vc tem na cabeça pra sair no meio da noite? E nem se quer me dá uma notícia sobre vc? — mamãe diz com o tom de voz violento.

— o que VC tem na cabeça de me largar no meio noite? — retruco com o sangue fervendo. — eu só estava tentando ir pra longe de tudo isso! Tentando ir pra algum lugar onde vc não é assim comigo... onde vc e eu somos felizes. Mas creio que isso nunca vai ser possível, pois não depende só de mim. — digo com os olhos lacrimejando.

Silêncio, é só oque eu ouço neste cômodo.

Mamãe ficou quieta, sem nenhum argumento... mas eu sabia que lá no fundo ela tinha coisas pra falar.

Ela sai do banheiro com os olhos carregados de lágrimas.

[...]

Esse jantar está parecendo mais um velório do que um jantar. Mas fazer oque? Eu sou a única sentada nessa mesa. A única que tá rolando a ervilha pra lá e pra cá com o garfo... a única em que a vontade de comer naquele momento, foi embora...

Saio rapidamente da mesa arrumando e lavando tudo. Assim que acabo subo para meu quarto.

Me jogo na cama, fazendo com que eu fique com a visão pro teto.

Ouço meu celular tocar. Pego o objeto na maior esperança possível. Mas minha alegria some quando eu vejo o número pra recarga de crédito.

Já vi que não vou falar com mais ninguém hoje, a não ser eu mesma.

Quando menos percebo estava dormindo... os pensamentos voltam a rondar minha cabeça, como na forma de um pesadelo... eu tentava afastá-los, mas quando mais eu tentava... mais fortes eles ficavam.

De repente um flashback veio em minha cabeça. Um flashback extremamente horrível. Estava passando várias pessoas morrendo, e de quem era a culpa?... — minha — mamãe me culpava, me julgava. Mais pessoas morriam... de repente vejo vovô. Mas não do jeito que eu queria... ele estava pálido, magro, seco, sem cabelo, e muito velho. Parece que estava morto.... Mas eu não quero saber de quem é a culpa.

Levanto rapidamente com a respiração ofegante... esse pesadelo de fato mexeu comigo.

Eu tentava respirar, mas não conseguia achar ar em lugar nenhum. Era doloroso de tentar. Minhas mãos tremiam, meu corpo tremia, minha cabeça girava... tudo girava... cadê o ar desse lugar???!! Porque tá tão impossível de respirar? Porque tá doendo? Meu peito dói, meu coração dói... talvez carregar uma culpa que não é sua, te prejudica. E muito.

[...]

Acordo com um raio de sol em meu olho. Acordo assustada novamente... mas desta vez calma. Muito mais calma que esta madrugada.

Sento na cama, tentando raciocinar oque aconteceu na noite anterior. Até que tudo veio em minha mente. Como uma das piores memórias. A culpa veio junto... mas desta vez eu não vou deixar ela me abalar.

Não vou mais fugir dos meus problemas. Decidi que vou encarar eles de uma vez por todas.

E talvez por um fim nessa história.

Hate or Love?/ Mason ThamesWhere stories live. Discover now