Cap. 4 - Terceiro mês: verdade.

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—  Mark está grávido?

— Ér... 

— Ele está mesmo grávido?

— Hum

— Quem é o pai?  

— O que você tem haver com isso? — a voz de James é irritada — ele está desmaiado mas você está preocupado quem é o pai P'?  

Escuto a conversa mas parece que tudo ainda está muito distante de mim. Meus olhos permanecem fechados e eu sei que deveria abri-los mas ainda não consigo, por mais que tente e me esforçe ainda não consigo.

— Eu qu...

 O que isso importa agora?! Ele está desmaiado. — James retruca irritado.

— Mark... Mark... — a voz suave de P'Vee atinge meus ouvidos — você pode me ouvir? 

Involuntariamente meu corpo se vira em direção aquela voz e o perfume de P'Vee invade as minhas narinas. Estou completamente desperto agora, mas me recuso a abrir os olhos. Abrir os olhos significa ter que encarar a situação. Meu estomago novamente se revira e dessa vez não é o enjoo típico da gestação, é nervosismo. Estou nervoso porque tomo consciência que estou sendo amparado pelos braços dele. 

— N'Mark... volta pra gente — P'Vee continua a sussurrar para mim e coloca a mão apoiando toda minha bochecha. 

— Hum.. — resmungo enquanto vou abrindo meus olhos.

— Isso... —  P'Vee continua com a mão em meu rosto — como se sente?

— Estou bem —  tento me levantar do apoio em seus braços.

— Ok, ok, não precisa ter pressa. — ele me pressiona novamente contra seu peito — relaxa.  

— O que aconteceu? — pergunto um pouco atordoado.

— Você desmaiou no banheiro da universidade. Consegue se lembrar? — James está agachado na minha frente.

— Acho que sim. — coloco minha mão na cabeça e tento me sentar mas sou impedido novamente.

— Não precisa se levantar — P'Vee está sentado no banco que há no banheiro, e eu estou deitado no banco, sendo apoiado em seu peito —  sua cabeça está doendo?

— Não P'. Estou bem. — respondo.

— Acho que você deveria ir pra casa hoje, Mark. — James coloca a mão na minha testa — você não tem febre mas precisa descansar. 

— Eu estou bem... está tudo bem —  abro um sorriso amarelo para ele — eu só preciso de um pouco de água e posso ir assistir as aulas da tarde.

— O que eu farei se tia descobrir que deixei você passando mal continuar assistindo as aulas?! — meu amigo está contrariado —  espere aqui... vou buscar uma água para você.

Ficamos em silêncio por alguns minutos depois que James saiu do banheiro. A mão de P'Vee o tempo todo passeando pelos meu cabelos.

— Sente-se melhor? — ele pergunta por fim. 

— Sim... obrigado por me ajudar P'. — digo envergonhado. 

— Não tem de que.

— O que você...

— Eu vim trazer sua bolsa que tinha ficado no refeitório. 

— Ohh.. obrigado. — agradeço enquanto me sento direito no banco.

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