Sétimo

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A sensação que tinha se assemelhava, provavelmente, à de um pássaro a planar no céu. Era uma mistura deliciosa de tranquilidade e euforia, intensificada a cada movimento da boca de Obito contra a sua, a cada aperto em sua cintura, a cada vez que ele o puxava para mais perto.

Kakashi suspirou em meio ao beijo, deleitando-se com o sabor distinto que temperava o ósculo. Seu sangue. Há algum tempo, aquelas circunstâncias eram inimagináveis, totalmente fantasiosas e sem sentido algum, mas agora parecia apenas certo.

Os braços dele ao seu redor, o cheiro dele inebriando seus sentidos, o afeto em cada toque, a intimidade e confiança que aquela mordida em seu pescoço implicava.

Era apenas certo.

— Você está bem? — A voz de Obito soou baixa quando o beijo foi cessado, o volume impossibilitando que a indagação perfurasse a bolha em que haviam se envolvido. Kakashi o encarou, notando os olhos preocupados e só então parou para prestar atenção no próprio corpo.

Sentia-se fraco, as pernas trêmulas, os olhos pesados.

— Estou — afirmou com um tom que não permitia questionamento, mas um olhar duvidoso lhe foi lançado mesmo assim —, de verdade.

— Você precisa descansar e comer alguma coisa.

Kakashi assentiu, dando pouca atenção às palavras. Beijar Obito novamente lhe parecia muito, muito mais atraente.

— Depois — sussurrou, então, sentindo-o ofegar surpreso quando juntos os lábios aos dele.

Houve um riso abafado e Obito o segurou pelas pernas, pegando-o no colo, fazendo com que risse também. Apesar disso, as bocas permaneceram naquela carícia à qual pareciam viciados.

Kakashi foi depositado no colchão com cuidado e suspirou, sentindo o corpo cansado responder à presença de Obito sobre si, entre suas pernas.

Ele se afastou minimamente, encontrando nas roupas de Obito os sinais de que tudo o que sentia e tudo que havia sentido, era recíproco.

— É sempre assim para você?

Obito sorriu, encarando-o nos olhos antes de levar os lábios ao seu pescoço, beijando com ternura o local onde antes suas presas se fizeram presentes. Ele sussurrou sua resposta, baixo, contra a pele de Kakashi, fazendo-o se arrepiar.

— Não, nunca. Só com você.

O Hatake sorriu, sentindo os beijos se tornarem mais leves e doces, percorrendo todo o seu rosto e cabelos, antes de adormecer.

(...)

Quando despertou, foi invadido pelo cheiro de comida e o estômago roncou. Antes mesmo de abrir os olhos, Kakashi notou que estava sozinho e franziu o cenho, se perguntando quanto tempo havia se passado. A pouca luz no ambiente indicava que havia anoitecido e ele se sentou, percebendo que estava com roupas limpas.

Sobre uma bandeja próxima à cama, havia alguns sanduíches e suco, e ele se serviu, já alcançando o celular na cômoda para ligar para Obito quando a porta foi aberta.

— Você acordou — o Uchiha disse ao entrar no quarto, um sorriso leve nos lábios.

Ele se aproximou, observando Kakashi como se o analisasse e todo aquele cuidado teria lhe feito sorrir, mas havia notado as roupas de Obito e sentido o cheiro forte do que ele carregava dentro da bolsa em uma de suas mãos.

A erva necessária para matar um vampiro.

— Você ia sem mim?

O tom soou acusatório, surpreso, e Obito recuou, a expressão demonstrando que esperava pela pergunta e que, provavelmente, não tinha uma resposta.

Encarnado - ObiKakaWhere stories live. Discover now