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Eu estava no telhado de casa como sempre, chorando.

Minha mãe havia chegado em casa bebada outra vez e surtou, ela ficou jogando o quão inútil e o quão ela não queria ter uma filha como eu.

Eu estou acostumada.. Ela sempre faz isso desde que meu pai sumiu quando eu tinha 10 anos.

Nós sempre fomos uma família de comercial, tudo perfeito. Tinhamos uma relação ótima.

Mas até que quando eu fiz 10 anos, exatamente no mesmo dia, eu acordei sem meu pai.

Ele era a coisa mais preciosa da minha vida.

E depois de 15 anos ele ainda não voltou. Eu estou cansada de todos os dias esperar pacientemente por uma pessoa que não vai voltar.

Mas eu ainda tenho esperanças e ainda deixo a luz da cozinha acessa.

Todos os dias, em 5 anos eu vou para o telhado e olho para o céu esperando que algum milagre em minha vida aconteça.

Eu tenho certeza que minha mãe ja perdeu suas esperanças a muito tempo atrás, e ela guarda mágoas que são descontada em mim todos os dias.

É. Minha vida é uma bosta.

Sem contar o bullying que eu sofro na escola, e é mais um motivo para minha mãe gritar comigo. Ela diz que a culpa é toda minha.

Enchuguei minhas lagrimas e entrei para meu quarto, tomei banho e me deitei para dormir.

Foi ai que eu percebi: Eu não havia comido nada o dia inteiro.

Suspirei e tentei ignorar minha barriga roncando.

...

Acordei e me arrumei para ir para escola.

Mais um dia de luta.

Assim que cheguei me sentei no mesmo lugar de sempre.

- A esquisita resolveu entrar em contato com a água hoje. - pérola disse se referindo ao meu cabelo que estava molhado.

- O cabelo deve tá com piolho, por isso lavou. - o namorado dela passou ao meu lado e deu um peteleco em minha cabeça.

Eu apenas ignorei.

So queria saber o que eu tinha feito de tão errado.. Eu nunca fiz mal a ninguém.

Eu sou uma boa pessoa, não sou? Só queria ser tratada como uma pessoa normal, e que as pessoas não fizessem isso comigo.

O professor chegou na classe e começou a dar sua aula.

Depois de mais quatro aulas seguidas o sinal para o recreio tocou e todos saíram da sala.

Minha escola era grande e tinha uma biblioteca que era sempre aonde que eu ficava.

Sempre espero todos sairem, se ele verem para onde eu vou eles com certeza vão me bater.

Peguei meu lanche e fui.

Eu sempre leio alguma coisa quando vou para lá, e hoje eu decidi terminar de ler o livro que eu comecei a ler semana passada.

Era da trilogia de percy jackson.

Eu estava no A maldição do titã.

Abri o livro e comecei a lê-lo comendo minhas uvas.

Todos concordam comigo que uva roxa é a melhor, né?

Eu confesso que me sentia observada a todo momento enquanto lia. E eu estava no fundo da biblioteca..

Olhei ao redor e não encontrei ninguém.

Eu era a única que ainda utilizava aquele biblioteca, não tinha como ter alguém ali..

Ou tinha.

Um vulto passou por meio das estandes e eu congelei.

Arrumei minhas coisas e decidi sair dali antes que algo acontecesse ou eu começasse a achar que estou doida.

- Espera.. - ouvi um sussurro e corri para a saída.

Assim que sai corri para o banheiro e me tranquei em uma das cabides.

O que foi aquilo?

Nem a própria bibliotecária ficava ali.

Fiquei ali ate o sinal bater e assim que bateu corri para sala.

Graças a Deus eu não teria aula com pessoas que me enchem o saco.

Na real era porque essa aula era opcional, e muitas pessoas não pegaram.

Italiano.

Ah eu amo muito. Minha aula favorita.

- Bom dia. - falei para a professora assim que entrei na sala.

- Bom dia minha querida. - ela respondeu com um sorriso dócil.

E assim ela começou a dar sua aula quando todos chegaram.

...

Cheguei em casa e não tinha ninguém - óbvio. - minha mãe estava no trabalho.

Ela poderia beber todos os dias e chegar em casa e descontar tudo em mim mas ela era seria em seu trabalho.

A única coisa que ela não deixou ir junto com meu pai.

Ela admirava muito o trabalho dela.

Fiz meu almoço e me sentei na mesa para almoçar.

Novamente aquela sensação de estar sendo observada veio e eu olhei ao redor me cagando de medo.

Eu acreditava em tudo. Isso ajudava muito para que eu ficasse com mais medo.

Eu não tinha uma religião exata..

Talvez fosse um encosto.

Deixei isso para lá e voltei a comer minha comida enquanto assistia miraculous que passava na tv.

Fiquei ali até tarde e minha mãe chegou em casa.

Eu apenas subi para meu quarto e peguei meu celular emcima da cama e fui para o telhado.

Meu celular apitou e eu estranhei. Não tinha amigos e não tinha redes sociais.

Apenas jogos e o messager.

E a notificação veio dali.

1 Nova mensagem.

*número desconhecido*

- Eae, suave?

Eu não conhecia aquele número. Mas eu era uma pessoa super curiosa, então tive que responder.

- Oi?? Quem é?

Enviei a mensagem e o número desconhecido logo começou a digitar.

- Meu amigo me passou seu número e disse que você estava pedindo.

Oxi?? Nem amigos eu tinha.

- Eu não te conheço, e nem amigos eu tenho para pedir número de alguém.

- Não tem amigos? Em pleno século 22?

Eu ri com sua audácia.

- Não, não tenho. Algum problema?

Confesso que me senti ofendida com sua mensagem.

- Claro que não, eu posso ser seu amigo virtual a partir de hoje.

Eu tive um pequeno deja-vu da época em que eu vivia no discord com essa mensagem.

- Contando que você não seja um velho tentando me enganar podemos ser amigos sim.

Temos que estar sempre atentos, né.

- Relaxe, se quiser podemos até fazer uma call.

Ri com sua mensagem.

Encerramos a conversa ali e eu fui escrever mais uma vez no meu bloco de notas.

É, aqui vamos nós.

Mensagens. - Mason thames.Where stories live. Discover now