VIGÉSIMO QUARTO

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{ — DAVID HARRIS — }

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{ — DAVID HARRIS — }

Preciso abrir os olhos quando estico meu braço na cama, ele está dormente por algum motivo e não preciso de muito tempo para descobrir.

Zia dormia tranquilamente agarrada em mim como nunca pensei que estivesse, suas pernas estão grudadas nas minhas e seu rosto pousa no meu ombro de forma tão leve que mal parece que ela está ali.

Viro meu braço um pouco e consequentemente meu corpo, seu rosto descansa no travesseiro e eu me aproximo de lado até encaixar nossos corpos de novo.

Observo em silêncio a respiração que sai dos seus lábios e sorri antes de pôr meus dedos na sua testa para afastar a mecha do cabelo.

Me sinto muito melhor do que ontem, o remédio fez efeito e sei que preciso tomar regularmente para melhorar o quanto antes, hoje já é domingo e eu literalmente passei o final de semana doente.

Zia ainda dorme sobre meu olhar e os pensamentos que pairam acima da minha cabeça, eu posso sentir que ela se distanciou um pouco desde a semana passada, não só pelo fato de concordarmos em não avançar sexualmente, e sim por algum outro motivo o qual não entendi ainda.

Na segunda feira, não tinha o meu prato na mesa ao lado do seu, instantaneamente eu soube que havia algo errado, fora assim até quinta feira quando peguei o resfriado e ela cuidou de mim o máximo que conseguiu, seja colocando avisos do remédio no meu celular ou pedindo sopas pelo aplicativo de comida para mim.

Acho que ninguém fez isso antes, principalmente uma mulher. Elas geralmente ficam felizes quando me conhecem e depois irritadas quando vão embora.

De repente, ela abre os olhos lentamente e foca na parede antes de parar em mim, Zia se assusta querendo sair dos meus braços e eu apenas a aperto, forte, manteando-a no lugar.

Escuto sua respiração e espero ela desistir de me largar, não demora muito para os seus olhos se renderem e ela relaxar com a cabeça no meu ombro de novo.

Sorri internamente.

— Bom dia — sussurro, meu dedo ainda estava na sua bochecha.

Ela suspira, sei que ainda está sonolenta.

E vai ficando mais quando deslizo o dedo em um carinho leve na pele quente, Zia fecha os olhos murmurando alguma coisa e depois abre quando eu paro.

— Como se sente? — pergunta.

— Bem.

Sussurro, levando a cabeça para baixo até entrar na curva do seu pescoço, consigo inalar a fragrância dali e depois solto confirmando que posso sentir seu cheiro.

Finalmente.

— Pelo visto recuperou o olfato — ela debocha.

Volto a encarar seu rosto inchado pelo sono e no fundo, sei o quão ela está insegura quanto a isso ao abaixar a cabeça e olhar para a janela na nossa frente.

Na Sua Porta Onde as histórias ganham vida. Descobre agora