A festa

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Ace's P.O.V

    - Ace, o que você tá aprontando? – ela fala já desconfiada. Nesse ponto eu já não conseguia disfarçar.
    - Eu? Não sei do que está falando... – disse enquanto subíamos na embarcação.
    - Se você estiver eu juro que... – assim que pisamos no convés, as luzes se acenderam e todos pularam em conjunto.
    - SURPRESA! – gritam. Ela então pula com o susto e me bate.
    - Aí, eles que te assustam e eu que levo? – reclamei enquanto esfregava o local onde levei o soco.
    - Lógico, eu sei que isso é coisa sua...
    - E minha também, vê se não leva todo o crédito. – Mike disse vindo em nossa direção para abraçá-la. – Nem um obrigado?
    - Hahaha, obrigada, a todos vocês, isso está lindo. – ela diz olhando em volta.
    Eles tinham mesmo feito um ótimo trabalho. Tinham luzinhas penduradas pelos mastros, uma linda e gigantesca mesa com comida e um bolo também grande. Havia música e bebida. Mirei então na maravilhosa mesa e fui em sua direção, estava quase chegando quando...
    - Nem pense nisso – o chef diz surgindo do nada – você não vai comer tudo no início da festa, trate de arrumar outra coisa para fazer. – mostrei-lhe a língua e fui sentar em um dos barris ali perto.
    - E aí? Como foi o seu dia? – era Mike.
    - Ah, até que foi... melhor.
    - Finalmente resolveu seguir meus conselhos?
    - Não exagere. – respondi
    - Mas eu estou feliz que você amadureceu e deixou pra lá essa intriga com o Gus. – olhei pra ele com uma cara de dúvida, como ele poderia estar sabendo? – Não me olhe com essa cara, ou você achou que ninguém veria vocês lutando aqui? Devia considerar fazer menos barulho da próxima vez. Enfim, estou feliz que você não liga pro fato de o Gus estar conversando com a S/N e...
    - ELE O QUE? – gritei mais alto do que eu deveria, já que todos olhavam para mim – N-não foi nada, continuem a festa, haha. – falei nervoso – Obrigado. – cochichei para Mike e saí na direção dos dois.
    - Não faça nada estúpido... Se bem que é só isso que você sabe fazer...
... então, por isso eu sou extremamente resistente para bebidas. – aquele imbecil estava falando disso???
    - Hm.. legal – Ela responde, CLARAMENTE desconfortável.
    - Ih, se eu fosse você não acreditaria nele, seeeempre foi fraco nesse ponto – falei enquanto colocava minha mão no ombro dela.
    - Sei... – ela responde retirando minha mão de lá.
    - É assim? Fecha então um desafio do barril? – Gus propõe.
    - Se você estiver disposto a perder... – falei estendendo-lhe a mão e recebi um aperto em troca.
    - Fechado.
    - Vocês não podem estar falando sério... – ela fala.
    - Com licença lindeza, isso não é para amadoras – aquele idiota diz pra ela.
   Mandei uma piscadinha que foi respondida pela cara de desprezo, o que aquela garota tem? Fomos então em direção aos respectivos barris com bebida, que já tinham as mangueiras prontas.

S/N's P.O.V

    - Eles vão mesmo fazer isso? – disse Mike se aproximando.
    - O que eles vão fazer mesmo? – perguntei.
    - Ah, você não sabe o que é o desafio do barril? – ele me questiona e eu aceno a cabeça negativamente – Certo, basicamente, cada um tem um barril de cerveja, eles meio que têm que tomar o conteúdo enquanto estão de ponta cabeça, em cima do barril, e o último a cair ganha.
    - Mas como eles conseguem ficar equilibrados? – indaguei.
    - Fica tranquila, os outros marujos ajudam eles segurando suas pernas. – ele me responde relaxado.
    - Ei Gus, topa elevar o nível? – Ace diz com um brilho nos olhos.
    - Ele não faria isso... – disse Mike
    - Sem ajuda? – Gus fala. Ace afirma com a cabeça – Fechou.
    - O que você estava falando mesmo? – perguntei ironicamente a Mike que escondia o rosto em suas mãos.
    Eles se posicionaram, o cozinheiro era o responsável pela contagem regressiva, 3.. 2.. 1.., e o desafio começou. Ao mesmo tempo que eu estava completamente desinteressada naquilo, eu simplesmente não conseguia desviar o olhar. Os dois idiotas estavam mesmo disputando pra ver quem bebia mais, em poucos minutos, Gus começou a desequilibrar, até que caiu.
    - Hahahaha, i-idiota – era Ace descendo de seu barril extremamente zonzo, tanto que acabou caindo sentado no chão.
    - E agora, como comprovação final... – o cozinheiro disse abrindo os barris – o vencedor é... – o jovem comandante já estava com sua cara de vitória – GUS!
    - É O QUE? – ele diz surpreso – C-como... como assim esse tonto..? – Portgas falava, inconformado, olhando para o seu oponente que permanecia desmaiado no chão.
    - Esse "tonto" bebeu tudo antes de você, logo, ele ganhou.
    - Vamos herói, não fique assim, vamos para seu quarto. – Mike falou apoiando o braço dele em seus ombros para ajudá-lo a andar.
    - M-mas, mas... – ele diz olhando para mim. Eu só abaixei a cabeça, balancei-a negativamente e fui para a proa do navio.
    Aquele idiota... por que fez aquilo? Não fazia o menor sentido... homens, acho que nunca vou entendê-los. Daqui, pude ver as decorações sendo desmontadas aos poucos, as luzes se apagando, os homens indo descansar ou retomar seus postos. Algumas horas já haviam se passado, os raios de sol começavam a rasgar o horizonte, provavelmente significava que era hora de voltar para o quarto, só que eu não estava nem um pouco afim. Foi quando ouvi alguns sons de passos atrás de mim.

Música: Put your head on my shoulder (Paul Anka)

    Olhei para trás rapidamente e pude ver aquela figura cambaleante, com uma garrafa de bebida na mão, vindo em minha direção.
    - Ace, o que você acha que está fazendo? Quantas dessa você bebeu..?
    - E-eu? Haha, eu estou curtindo a noite! – ele estava visivelmente bem mais bêbado comparado à algumas horas atrás. Eu olhei pra ele, confusa, e, simplesmente DO NADA, ele começou a chorar – Quem eu estou querendo enganar..? Eu sou um inútil, não sirvo nem para cuidar direito de você, m-mas você é tão legal, e me deixa tão confuso. Eu nunca consigo saber o que estou sentindo perto de você, só sei que... é estranho, mas.. bom.
    - Pera aí, o que? – falei surpresa
    - Oi? – ele para de chorar – Ei.. S/N... Dança comigo..? – fala tentando levantar.
    - Espera aí, antes, repete aquilo que você tinha dito.
    - Eu? – ele sorri – Só se dançar comigo.
Idiota. – Não sei quem é pior, ele, o chantagista ou eu, a facilmente chantageada
    Ajudei-o a se levantar e posicionei suas mãos em minha cintura, com isso, começamos a nos movimentar bem lentamente, para um lado e para o outro. Ele então me segurou um pouco mais forte, me puxou para mais perto e colocou sua cabeça apoiada na minha. Eu sabia dizer ao certo o que eu estava sentindo, mas... eu poderia dizer que estava segura, sim, era essa a palavra, segura. Só sei que, quando percebi, ele olhava para mim, com uma cara meio esquisita, de repente, ele começou a chegar cada vez mais perto, senti minhas bochechas esquentarem. Seria isso errado? Eu sinceramente não estava pensando em nada, então, por impulso, eu o beijei. Foi... estranho, mas, parecia certo, e ao mesmo tempo uma sensação de dejavu apareceu, porém eu decidi ignorar isso também. Com isso, eu já havia esquecido de tudo, pouco tempo depois, retornamos para a cabine juntos.

Can I Love You? Ace x readerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora