Jaya

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S/N's P.O.V

Acordei com uma baita dor de cabeça, mal conseguia pensar. Olhei para a janela e vi que ainda estava escuro, devia ser por volta das 5 da manhã. Decidi então voltar a dormir, virei para o outro lado e, por muito pouco, não soltei um grito. O QUE O ACE FAZIA NA CAMA COMIGO??? Fui então desesperadamente checar minhas roupas, estavam todas lá, caraca, que susto. Tentei, em vão, relembrar dos acontecimentos da noite. A cabeça doía muito, achei melhor então continuar com meu plano de voltar a dormir, mas não aqui, com ele! Comecei a me mexer para levantar da cama lentamente, quando, do nada, Ace se vira e joga seu braço sobre meu corpo. Caralho, tinha como piorar? Achei melhor então ir deslizando por baixo, mas quando ameacei o fazer, ele me segurou e me puxou para mais perto. Cara... que ódio. Por fim, acabei desistindo e dormi daquele jeito mesmo, se ele não tinha feito nada até agora, não ia fazer mais. Por mais que eu não goste tanto assim dele, Ace realmente ganhou uns pontos comigo. Quem diria que um pirata veria uma menina bêbada, de toalha — PERA EU TAVA DE TOALHA, COMO EU VIM PARAR NESSAS ROUPAS??? Ok... isso eu descubro amanhã. — e não faria nada? — Bom... eu acho que eu saberia se ele tivesse feito algo... não é?? Pelo menos, eu deveria estar sentindo algo... mais tarde ele vai se ver comigo... ele me deve muitas explicações.

Ace's P.O.V

Quando acordei, devia ser por volta do meio-dia, não estava nem um pouco afim de abrir os olhos.
- Bom dia belo adormecido, resolveu acordar? — ouvi uma voz falando a poucos centímetros de mim. Abri os olhos e pude ver S/N, estávamos praticamente encostando nossos narizes.
- É... B-bom dia? — falei coçando a cabeça — Não que eu esteja reclamando princesa, mas... por que você tá tão perto?
- Eu..? Sabe o que é...? — ela disse com uma voz meio sexy chegando ainda mais perto. Senti aquele frio na barriga e congelei. — um ABUSADO ME PUXOU PRA CÁ QUANDO EU ESTAVA TENTANDO IR PRO SOFÁ DURANTE A MADRUGADA, E ALÉM DISSO O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AQUI?? — ela gritava enquanto me batia.
- AI AI AI CAPETA, CALMA CALMA! — ela parou de me bater — Primeiramente, você estava extremamente bêbada ontem à noite — percebi que ela ia me perguntar mais coisas, mas fui mais rápido — e não, não fiz nada com você. Você mesma colocou essa roupa e estava tendo um pesadelo, então eu vim ver se estava tudo bem e VOCÊ me chamou para dormir aqui, tudo esclarecido? — a filha da puta tinha um tapa doído pra caramba.
- Sim... foi mal aí... — ela parou de me bater e foi se afastando. Ficamos então os dois, encarando o teto, sem dizer nada, até que ouviu-se ao longe:
   - COMANDANTE: TERRA A VISTA! — rapidamente ela pulou da cama e foi ao banheiro se arrumar, não deram dois minutos e ela já estava pronta.
   - Hahaha, ei criança, onde pensa que vai?
   - Como assim?? Vou descer na ilha, ué. — ela falou.
   - Ei, relaxa, não vou descer, provavelmente é Jaya, só vamos reabastecer para seguir viagem. — falei cobrindo o rosto com um travesseiro. Foi só o tempo de eu concluir essa ação para ouvir a porta se fechando... filha da puta... ela não me escuta por nada. — Aiai... tinha que ser... — espero mais uns minutos e me levanto para ir atrás dela.

S/N's P.O.V

   Eu fui em disparada para a proa do navio para observar de perto a chegada na próxima ilha. Parecia ser maravilhosa, a cidade portuária parecia ser menor do que a minha cidade natal, porém isso não diminuiria sua beleza.
   - Pra sua informação, ficaremos lá até, no máximo, uma hora. Não vou te impedir de descer, como se você fosse obedecer... — esbocei um sorriso enquanto Ace se aproximava falando — Enfim, seja rápida, não vou hesitar em partir sem você, caso se atrase.
   - Claro, claro, — disse em tom irônico — como se você conseguisse viver sem mim — pisquei com um olho para ele e o assisti ficando levemente corado. Eu ri baixinho.
   Em poucas horas, havíamos chegado na cidade. Acenei para todos e parti em minha busca. O Sr. Comandante tinha me dado alguns berries para comprar algumas coisas interessantes, caso eu encontrasse. Entrei em algumas lojinhas, mas não havia nada de muito interessante, comprei algumas roupas decentes — que me serviam, no caso — e acabei achando uma lojinha de arsenais. Era toda escura, porém tinha lá seu charme.
   - Ora ora, o que a mocinha está fazendo aqui? — disse um homem, devia ter uns 50 anos, além de estar acima do peso, de trás do balcão — Está perdida??
   - Pelo contrário. — respondi — Acho que acabei de me encontrar. Queria ver suas pistolas, por gentileza. — e lentamente me aproximei do balcão.
- Escuta aqui menina, — ele disse enquanto passava a mão em meu cabelo, com uma cara maliciosa — isso aqui não é lojinha de brinquedos não.
- Escuta aqui, velho, — rapidamente tirei sua mão de meu cabelo e a torci — eu sei muito bem onde estou, agora, se o senhor não se importar, vamos começar a negociar ou eu precisarei procurar outra loja?
O balconista fez uma cara assustada que me fez acreditar que ele tinha entendido o recado. Assim que soltei sua mão, ele começou a me mostrar algumas de suas pistolas. Acabei escolhendo uma que tinha o seu cabo preto, com uma caveira prata, tinha olhos com pedras vermelhas encrostadas. Junto com ela, comprei munição, quando estava saindo da loja, o vendedor me chamou:
- Ei garota, espera aí, — ele veio correndo em minha direção, ele era bem corpulento, em um pequeno pedaço de corrida já havia se cansado — eu tenho isso aqui que acho que lhe cairia bem, um presentinho para me redimir. — ele me entregou e saiu. Quando abri a mão, percebi, era um conjunto de anéis que formavam um soco inglês retrátil, cada um desses anéis tinha uma caveira idêntica à de minha arma, pratas com olhos de pedras vermelhas. Estava satisfeita, era hora de retornar ao navio.

Can I Love You? Ace x readerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora