Cupcake

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— Que tipo de brincadeira maldita é essa?! Você por acaso sabe com quem está se metendo?! — Formou um punho, se movendo como um cão raivoso. Com a testa franzida, Taehyung tentou segurar um sorriso, sua barriga fervilhava de tanta serotonina que seu cérebro enviava

— Não seja assim, Jiwoon. Está se recusando a brincar comigo?— Jiwoon rosnou, se atirando para dar um soco em Taehyung, mas este foi para trás facilmente, soltando uma risada alegre. Isso só fez o alfa perder o equilíbrio, caindo de joelhos no chão gelado. — Pobre animal… — Os lumes de Taehyung não enxergavam um humano no lugar do alfa, mas aos reflexos de seus olhos, miravam em um cervo. — Tão fácil, por favor, eu estou suplicando para ser mais inteligente pequeno cervo, quero sentir sentimentos de verdade e não posso deixar isso acabar tão rápido…

— Você é um doente! Eu sabia que não deveriam confiar em um ômega como você — Tentou falar, mas ao lhe fixar nos olhos, perdeu a voz. Ele o encarava como se fosse menor que uma poeira insignificante. Aqueles olhos deveriam ser a verdadeira aberração — N-não… Não faça nada! — Se arrastou pelo gelo, verdadeiramente assustado. Se sentia uma caça, não tinha saída.

Taehyung não falou nada, observava com atenção o afastamento do outro, seu rosto tão sério que poderia se comparar com uma pedra. Bateu a ponta da lâmina do patins no gelo, dando impulso para trás, se escondendo na escuridão longe da visão de Jiwoon, que ficou desesperado ao perder o ômega de visão. Não via quase nada, seu corpo se arrepiou inteiro ao escutar o som da lâmina atrás de si.

— Posso te contar uma história? — Um sussurro próximo ao seu ouvido direito fez o alfa gritar, correu para as grades tentando quebrar o cadeado de qualquer jeito.

— Socorro! Me ajudem! — Balançou a grade com agressão, tentando fazer o máximo de barulho possível.

— Eu sempre fui uma criança obediente e educada, tratado como um ser perfeito nas mais altas lideranças da sociedade. Quando meus pais saiam para um compromisso, me deixavam sentado em um sofá que dava de frente para o jardim, que tinha uma porta de vidro transparente. Eles deixavam uma câmera dentro de um urso de pelúcia para saber se eu iria me comportar bem e não sair da mesma posição até eles chegarem. — Andou entre a escuridão, contando com calma diante do desespero de seu animal. — Um jardineiro sempre passava a maior parte do tempo no local, então eu observava ele o dia inteiro. Mas por algum motivo eu não gostava do rosto dele, era desagradável para mim, e eu não podia deixar que nada fosse desagradável naquela casa, era uma promessa. Então desobedeci meus pais…

— Por favor! Socorro!

— Eu andei até o jardineiro, ele não gostava de crianças, então fez insinuações que não gostei nenhum pouco. Foi quando eu vi um cortador de grama, então lhe perguntei, você iria gostar de mim se eu consertasse seu rosto desagradável? Ele se ofendeu e disse coisas que não compreendi, então cuspiu perto dos meus pés. Eu saí do jardim, até que ele simplesmente dormiu pateticamente em uma cadeira de palha no jardim, foi minha oportunidade, peguei o cortador de grama e consertei o rosto do velho.

— Eu não quero saber seu psicopata doente! Me deixe ir embora, eu imploro! — Se ajoelhou tremendo, juntou as mãos. — Não contarei para ninguém, só me deixe ir.

— Quando meus pais chegaram, foi tão desastroso que nunca vou me esquecer do olhar deles. Acobertaram o que fiz, eu não entendia por que aquilo era tão terrível para eles, eu só queria fazer o bem… não era? De qualquer jeito eles me enviaram para um reformatório onde me doparam de remédio. — A voz começou a soar distante e vazia. Jiwoon passou a não segurar mais o choro. — Mas se tem uma coisa que eu odeio é reformatórios, isso me deixava muito irritado, porque lá tinha pessoas como você, querido Jiwoon.

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