Annabeth ainda o ensinava grego pela manhã, mas aprecia distraída. A cada vez que ele dizia alguma coisa, ela fechava a cara, como se ele tivesse acabado de lhe dar um soco.

  Depois das aulas, ela ia embora resmungando consigo mesma:

─ Missão... Poseidon?... Grande porcaria... Preciso de um plano...

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Naquela noite, Noelle e Percy tiveram os seus piores pesadelos.

Eles corriam pela praia no meio de uma tempestade. Dessa vez, havia uma cidade atrás de deles. Não Nova York. O panorama era diferente: os edifícios eram mais afastados uns dos outros, havia palmeiras e colinas baixas a distância.

Cem metros adiante, na arrebentação, dois homens estavam brigando. Pareciam lutadores de tevê, musculosos, com barbas e cabelos compridos. Ambos usavam túnicas gregas esvoaçantes, uma guarnecida de azul, a outra, de verde. Atracavam-se, lutavam, chutavam e davam cabeçadas, e a cada vez que tocavam, caíam raios, o céu escurecia e ventos sopravam.

Eles sentiam que precisavam detê-los. Não sabiam por quê. Mas, quanto mais eles corriam, mais o vento os empurravam de volta, até ambos correrem sem sair do lugar, os calcanhares se enterrando inultimente na areia.

Por cima do rugido da tempestade, Noelle e Percy puderam ouvir o de túnica azul gritando para o de túnica verde: Devolva!

Devolva! Era como se uma criança do jardim-de-infância estivesse brigando por causa de um brinquedo.

  As ondas ficaram maiores, arrebentando na praia e os borrifando com sal.

  Percy teve a ideia de gritar: Parem com isso! Parem de brigar!

  O chão estremeceu. Risadas vieram de algum lugar embaixo da terra, e uma voz profunda e maligna gelou seu sangue.

  Venha para baixo, pequenos heróis, a voz sussurrou. Venha para baixo!

A areia se abriu embaixo de Noelle e Percy numa fenda que ia direto ao centro da Terra. Seus pés escorregaram e as trevas me engoliram.

  Ambos acordaram, certo de que estavam caindo.

Noelle ainda estava na cama, no chalé 11. Seu corpo a dizia que já era manhã, mas estava escuro lá fora e o trovão ribombava pelas colinas. Uma tempestade estava se formando. Isso ela não havia sonhado.

Noelle estranhou o fato de que em seu sonho, ou pesadelo, Percy estava junto com ela. O que era apavorante. O que poderia estar acontecendo, ela e Percy estavam envolvidos mesmo sem saber direito o quê seria.

  A morena ouviu o som de alguém batendo na porta.

─ Entre.

  Florence estava parada diante a porta com um olhar agoniado – que Noelle apenas tinha visto um vez, foi quando Florence descobriu que Annabeth tinha uma quedinha por Luke.

─ O sr. D quer falar com você, Noe.

─ Por quê?

─ Ele quer te matar... quer dizer, é melhor deixar que ele conte.

Noelle se vestiu, em silêncio - para não acordar seus colegas -, agitada, e foi, pensando no que ela se meteu dessa vez.

shadow girl ❜ | p. jacksonحيث تعيش القصص. اكتشف الآن