Capítulo 32: deuses insatisfeitos

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Castiel não sabe como mas, depois de uma queda interminável e apavorante, surgiu em uma sala escura, iluminada por uma poderosa lareira em uma das extremidades. Com uma quantidade crescente de desespero, ele olhou ao redor, a procura de ameças e, se preciso, rotas de fuga.

— Sobrinho. — uma pessoa disse às suas costas, a voz grossa e potente o fazendo ter um sobressalto, o fazendo se virar e ir o mais rápido possível para longe de fosse quem fosse.

Era uma figura de cabelos escuros, olhos sarcásticos que exibiam um brilho hipnotizante. Ao contrário de Zeus e Poseidon, suas vestes eram escuras, em tons de azul e roxo. Castiel não precisou que ele se apresentasse para saber de quem se tratava.

— Hades. — murmurou, dando uma quantidade de passos para trás, engolindo em seco quando, com um sorriso de canto, o deus se pôs a segui-lo. — É uma honra visitá-lo em seu reino.

— Você mente mau, rei tritão.

— Bom... Seria de fato uma honra se a situação não fosse tão...

— Catastrófica?

— É. — o de olhos azuis concordou, erguendo os ombros em um gesto de descaso, tentando fazer Hades acreditar que era inofensivo.

— Realmente, as circunstâncias poderiam ser melhores. — o deus concordou, entrelaçando os dedos das mãos atrás das costas em um gesto elegante. — Você tem sérios problemas.

— Eu sei.

— Não, você sequer imagina. — a divindade discordou, se aproximando para enfatizar suas palavras. — Se não desafiar Zeus você morre como um fracasso e, se desafiar, você morre como valente, mas passa a eternidade no tártaro, sem nunca mais ver seu marido e filha.

Castiel encolheu os ombros. Ele já tinha isso em mente, sabia que se irritasse Zeus não ficaria em um lugar agradável quando sua vida acabasse. De todo jeito, ouvir isso de um deus, irmão do rei do Olimpo, foi deveras desanimador.

— Por favor, me deixe voltar para a terra. — pediu, encarando Hades diretamente nos olhos, embora isso o causasse um sentimento estranho, um frio na barriga que era desconfortável e ao mesmo tempo em que não. — Se nunca mais vou vê-los depois da morte, quero passar um tempo com meu marido e filha agora.

Hades arqueou as sobrancelhas, parecendo considerar seu pedido. Por fim, ele sorriu largamente, como se Castiel tivesse dito exatamente o que ele queria ouvir.

— Eu sabia que você não seria uma perca de tempo. — disse, abanou uma das mãos em um gesto de descaso e foi revelado a Castiel que eles não estavam sozinhos na sala, as outras presenças estavam apenas invisíveis aos seus olhos.

Ao lado da lareira, com uma postura altiva que exibia autoridade, estava Apolo, a pele brilhando com verdadeira luz do sol.

Sentada confortavelmente em uma das poltronas do local,  Perséfone brincava com um botão de rosa entre os dedos.

E sentado em cima de uma plataforma no teto, Hermes jogava uma moeda para cima, as sandálias aladas se movendo no ar enquanto ele balançava as pernas distraidamente

Castiel engoliu em seco quando Hades abriu os braços, exibindo os companheiros.

— Esses são os deuses que se cansaram da tirania de Zeus. Não podemos desafia-lo, mas você pode. — disse, se aproximando de Castiel, os olhos faiscando com determinação pura. — Oferecemos nosso apoio secreto no que precisar.

Castiel respirou fundo, olhando de um deus para o outro, pensando no parentesco de tinham. Hades era seu tio e Perséfone, Apolo e Hermes, teoricamente, seus primos. Era curioso que três filhos de Zeus estivessem armando contra ele.

O tritão não estava nem um pouco a fim de entrar na briga de família divina, mas Zeus estavam ameaçando seu povo e o moreno tinha jurado protegê-los quando foi coroado.

Com determinação, o rei arqueou a postura, focando sua atenção em Hades.

— O que eu faço?

•°•°•°

Dean voltou para o Triângulo contra sua vontade. Quando Zeus e Poseidon pararam a briga e voltaram para sabe-se lá onde, ele percorreu a cidade inteira procurando Castiel, onde ele poderia ter caído.

Não encontrou, nada. Nem mesmo o corpo ou uma mancha grande de sangue, o que o fez acreditar que o marido ainda estava vivo, mas onde ainda era um mistério.

Assim, ele voltou para cuidar de Claire e ajudar na proteção do reino, porque existia a possibilidade de Zeus atacar diretamente no Triângulo. Embora não tivessem ideia de como equiparar forças com o rei dos deuses, não iriam cair sem lutar.

O lado bom é que tinham a ajuda do povo, que quando a confusão acabou, garantiu que iriam se preparar e investir contra seus reis tiranos.  Ao menos esse problema estava parcialmente resolvido, embora um muito maior tenha surgido.

Claire estava inquieta quando Dean a pegou, como se soubesse que alguma coisa estava errada. O loiro fez para si mesmo a promessa que não sairia de perto da filha, não importava o que acontecesse. Se precisasse fugir as pressas, apenas chamaria Sammy e Gabe na mesma direção e nunca mais seriam vistos.

Por isso ele levou a filha para a reunião de emergência, na qual Gabriel estava claramente surtando como nunca antes na vida, porque agora era tudo responsabilidade dele. Ele já cuidava do Triângulo mas, agora que Castiel não estava ali, tinha que lidar com os Rebeldes, a tensão com os das Marianas e a situação de Zeus.

Ao menos, Dean pensou, ele saberia o que Cass passa todos os dias. Por mais que fosse um pensamento inapropriado para o momento.

— Precisamos de um plano. — Gabriel disse, sendo a perfeita imagem do desespero. — Qualquer pessoa que tiver alguma ideia, agora é a hora de expor.

— O que espera que a gente diga? — um dos generais perguntou, entre dentes, as sobrancelhas arqueadas em uma expressão de sofrimento. — Sabe o que eu vou fazer? Vou orar aos deuses e pedir perdão para não acabar no tártaro, vocês deveriam fazer o mesmo. Uma morte limpa e uma eternidade de paz já é mais do que podemos pedir.

— Vai se render? Depois de Castiel ter ido para sabe-se lá onde para nos defender? — o tritão loiro indagou, indignado. — Não vou deixar tudo o que ele fez ser em vão.

— Não vai mesmo. — outra voz se juntou na conversa, vindo da porta da sala. Todos olharam, arregalando os olhos ao ver Castiel, seu rei, sorrindo como se nada tivesse acontecido. — Saio por alguns minutos e vocês já ficam totalmente desorientados?

— Papai! — Claire exclamou, saindo dos braços de Dean e nadando até Castiel, com dificuldade e afundando aos poucos, mas conseguiu chegar até ele de qualquer forma. O moreno sorriu, com o queixo caído e olhou para Dean. Era a primeira vez que Claire nadava sozinha.

Ignorando a discussão de mais cedo, Dean foi até o marido e o puxou para seus braços, pouco se importando com a plateia quando o beijou na frente de todos. Castiel sorriu quando se separam, respirou fundo e se voltou para o restante das pessoas na sala.

— A situação é o seguinte...

Capítulo ainda não revisado

O Príncipe Tritão E O Lorde Pirata// Destiel MpregOnde as histórias ganham vida. Descobre agora