Capítulo 3: comida seca

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As cidades humanas eram impressionantes, embora claramente não muito limpas. Castiel estava na ponta do navio vendo, com curiosidade, a grande e absurdamente povoada cidade se aproximando. Tinha os olhos cerrados por conta do vento forte que balançava seus cabelos. Seria sua primeira vez em terra desde a sua infância e sair do mar era doloroso ao mesmo tempo em que era um alívio.

O mar era sua casa, seu lar. Tudo o que queria era mergulhar e nadar até não poder mais, mas sabia que, nas atuais circunstâncias, o melhor era ficar em terra.

Virou levemente a cabeça ao ouvir Dean ditar ordens a tripulação. Não tinha como ajudar, era um iniciante e se tentasse acabaria atrapalhando.

Respirou fundo, olhando para a imensidão azul que estava deixando para trás. Sentia tanta falta...

— Você vem? — Dean perguntou, chamando sua atenção. Ele iria deixar alguém cuidando do navio e iria, junto de parte da tripulação, fazer o necessário na cidade.

Concordou com a cabeça e, com cuidado, caminhou até ele, andando ao seu lado e, assim que deu os primeiros passos na terra, perdeu o equilíbrio e quase caiu, mas Dean o segurou.

— Mas o quê? — perguntou a si mesmo, franzindo o cenho ao ouvir Dean rir enquanto o ajudava a se manter de pé.

— Aprendeu a andar com o balanço do mar, tem que se acostumar com a terra agora. — explicou, segurando-o pelos ombros. — Mesmo esquema, um pé depois do outro.

— É mais difícil. — o moreno disse enquanto tentava, bravamente, dar mais de dois passos.

— Na verdade é mais fácil, mas você se acostumou a andar no mar. — o loiro argumentou, largando-o para deixa-lo tentar sozinho. — Viu? Já aprendeu. — foi só dizer isso que o moreno se desequilibrou, cambaleou para o lado e quase caiu, conseguindo se recuperar no último segundo. — Pelo menos você não caiu.

Castiel lhe encarou com uma expressão de desânimo e começou a segui-lo para dentro da cidade, olhando para os lados a todo momento, querendo ver absolutamente tudo o que pudesse.

Entraram na feira da cidade e o tritão ficou completamente encantado com a diversidade de coisas disponíveis. De comida a peças de decoração e cópias baratas de jóias famosas, tinha de tudo.

O moreno acabou ficando preso no meio da pequena multidão de pessoas, olhando ao redor fervorosamente, sorrindo em cumprimento para os vendedores simpáticos. Acabou percebendo que não conseguia mais ver Dean e se desesperou levemente, voltando a olhar ao redor, tentava enxergar qualquer vislumbre do loiro.

Levou um susto quando alguém agarrou seu braço, se virando em um movimento rápido, a mão do braço livre já fechada em um punho. Relaxou ao ver que era Dean, suspirando levemente em alívio.

— Será que você poderia não se perder? — indagou e o moreno lhe encarou com uma expressão de "jura?"

— Claro, vou fazer o possível para não me perder de propósito. — para sua surpresa Dean pareceu gostar da resposta. Ele não chegou a sorrir, mas relaxou a postura e o maxilar, descendo a mão para o pulso do tritão.

— Venha. — chamou, puxando-o por entre as pessoas. Castiel franziu o cenho quando o viu, discretamente, pegar a bolsa de moedas de uma mulher sem que ela notasse.

— O que estamos indo fazer? — perguntou, não entendendo quando um homem os encarou com ódio no olhar.

— Comprar comida. — o pirata respondeu. — Está certo que não podemos voltar para o mar, — continuou e Castiel achou ter ouvido uma certa melancolia em sua voz. — Mas Family's Business ainda é minha casa e eu não vou dormir em nenhum outro lugar.

O Príncipe Tritão E O Lorde Pirata// Destiel MpregOnde as histórias ganham vida. Descobre agora