ON AIR: Em sintonia

1K 126 63
                                    

Por meses, Beomgyu se sentia apreensivo com a probabilidade de encontrar Taehyun.

Desde o dia em que se conheceram, quando Yeonjun os fez sair para comemorar o aniversário do melhor amigo para que pudesse apresentá-lo ao grupo e Taehyun passou a fazer parte do cotidiano deles, Beomgyu e ele não conseguiam entrar em sintonia.

Taehyun tinha se dado naturalmente bem com Kai e Soobin, mas, com Beomgyu, havia sempre algo interditando a estrada, uma falta de sinal interrompendo a transmissão, uma placa de "Sem saída" fazendo-os dar meia-volta e optar por outro caminho.

Como tudo em sua vida, Beomgyu achava que a culpa era dele.

Ele nunca foi bom fazer amizades. Era bom em se expor, falar em público e conversar com diferentes pessoas sem se sentir amedrontado, mas criar laços e relacionamentos nunca foi um dos seus fortes. Beomgyu se cobrava demais para que realizar essa tarefa fosse algo fácil.

Ser amigo de Soobin e Kai foi menos complicado do que suas outras experiências porque havia detalhes premeditados ligando-o aos melhores amigos — com Soobin, o fato de terem estudado juntos na mesma escola e, com Kai, seu amor em comum pela música.

Com Yeonjun, foi um tantinho difícil no começo porque Beomgyu sentia que precisava se aproximar do mais velho somente por Soobin, pois seu melhor amigo merecia apoio naquele passo novo que estava dando em sua vida. No entanto, Yeonjun era uma pessoa que gostava de fazer novas amizades e sabia como conduzir um relacionamento, então, logo, os dois encontraram uma maneira de encaixar suas engrenagens e funcionarem independentemente da influência de Soobin.

Com Taehyun, foi diferente de qualquer tipo de experiência que possuía em seu currículo capenga de relacionamentos que deram certo.

Taehyun não era tímido, mas era introvertido. Não o tipo de introvertido social, como Soobin, mas o introvertido reservado, quieto e observador que se abria e se tornava completamente presente apenas para aqueles corajosos o bastante a tentar uma aproximação e conquistar a sua afeição. Beomgyu nunca foi esse corajoso.

Mas os dois precisavam conviver um com o outro, apesar da sua falta de intimidade e jeito, porque tinham melhores amigos em comum e, apesar de não saber como funcionar juntos e independentemente do seu grupo social corriqueiro, não era como se não se gostassem.

Claro, isso não facilitava a troca de interações.

Beomgyu se sentia apreensivo em encontrar Taehyun porque nunca sabia o que dizer, não sabia como agir perto do mais novo e, mais importante, não conseguia parar de roubar olhares, quando Taehyun estava distraído, e se perguntar como uma pessoa conseguia ser tão bonita e adorável quanto ele era.

Esse último detalhe também tinha sido um contribuidor para sua dificuldade em se aproximar de Taehyun.

Aquela era uma realidade que tinha mudado drasticamente há muitos meses, contudo. Agora, em vez de se sentir nervoso em encontrar Kang Taehyun, Beomgyu não conseguia pensar em outra coisa que não fosse estar na presença do mais novo vinte e quatro horas por dia.

Não era somente uma necessidade emocional, mas também uma física, como respirar e acordar pela manhã. Seu tato sentia a ausência do calor de Taehyun, seu olfato encontrava o cheiro dele em lugares aleatórios, sua audição ansiava por ouvir a voz tranquila e a risada contagiante dele e sua visão enxergava vislumbres dos fios loiros de Taehyun em todos os cantos, como se estivesse sendo perseguido por um fantasma de um metro e setenta e sete de altura, olhos cintilantes e personalidade apaixonante.

Assim como esse era um sentimento sufocante e levemente dolorido, não deixava de ser um sentimento empolgante e eufórico, principalmente quando chegava em momentos do seu dia que sabia que, dali a pouco, teria Taehyun ao seu lado.

SpottedOnde histórias criam vida. Descubra agora