7- Encontros, trombadas, reuniões e desencontros

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Olhando pela janela do carro, Samira encarava a sequência de quadrados brancos sobre a superfície metálica da parede arredondada, formando as letras 'MPL' do aeroporto de Montpellier

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Olhando pela janela do carro, Samira encarava a sequência de quadrados brancos sobre a superfície metálica da parede arredondada, formando as letras 'MPL' do aeroporto de Montpellier. A viagem durara muito pouco, mas a jovem modelo sabia que ficaria gravada em sua memória por toda a vida.

Raul era um cavalheiro e, apesar de os dois saberem que não continuariam se encontrando depois de voltarem para suas rotinas, fazia questão de caminhar pelas ruas estreitas, repletas de sobrados cor de creme, de mãos dadas com Samira e isso fazia com que a jovem se sentisse acolhida.

No dia em que chegaram, Raul cumpriu sua promessa do café e Samira se deliciou com doces e salgados de um refinamento que jamais experimentara e, para completar a noite, escolheram um restaurante ao acaso, mas, sem apetite, apenas tomaram vinho.

A modelo fazia com que a conversa fluísse fácil e, mesmo o homem grisalho carregando em seu peito o peso da irresponsabilidade da aventura, ela conseguia distraí-lo e fazê-lo rir com histórias de sua infância.

Atraídos, primeiro pela voz melodiosa falando em língua estrangeira e, depois, pela beldade que a propagava, franceses e francesas viravam os pescoços admirando Samira, enquanto ela passava, ao lado de Raul, conversando:

— Não! Mas, a pior nem foi essa! Deixa eu contar! Uma vez eu estava brincando no quintal... eu não lembro exatamente do que... eu fazia muitas brincadeiras de faz de conta, então eu poderia ser uma pirata ou uma rainha má, mas, nesse dia específico, acho que era uma criminosa tentando fugir da prisão e prendi a cabeça entre as barras do portão da garagem. Com vergonha de gritar, devo ter esperado uns quinze minutos até minha mãe aparecer e perceber o que eu tinha feito. Ela ensaboou meu queixo, passou óleo nas barras de metal e virou meu corpo e a cabeça de todos os jeitos possíveis, até desistir e me deixar lá, até meu pai chegar do trabalho. No fim, tiveram de chamar um serralheiro para cortar uma das barras, permitir que eu saísse e soldar novamente.

Raul não se cansava de ouvir Samira que, como uma versão mais safada de Sherazade, entre carícias e peripécias sexuais, entreteve o magnata com histórias divertidas até que ele dormisse com a cabeça em seu colo.

No dia seguinte, tiveram tempo de realizar apenas um passeio, em um parque chamado Jardin des Plantes que, como o nome deixa claro, é uma área arborizada, repleta de jardins que se misturam com arquitetura em harmonia intensa. Samira quase perdeu o fôlego com a força do contraste de uma sequência de arcos de pedra cercado por plantas e árvores.

A modelo ainda saboreava as melhores lembranças quando o carro seguia para a parte privativa do aeroporto.

Apesar da importância internacional e da riqueza de Raul, ainda assim, ambos precisaram passar pela alfândega. O CEO apertou a mão da modelo com ternura, enquanto dizia:

— Chegamos. É hora de voltar para nossas vidas.

Samira desceu do carro e respirou fundo, antes de dizer:

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Sep 02, 2022 ⏰

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