1 - Um pequeno imprevisto

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— Eu nunca te vi por aqui, é seu primeiro dia?

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— Eu nunca te vi por aqui, é seu primeiro dia?

A voz do homem, sentado no banco da frente do pequeno carro elétrico, trouxe Clara de volta para a realidade. Com as mãos geladas e suadas, a jovem advogada apertava a bolsa contra o corpo, enquanto sentada de pernas cruzadas, balançava vigorosamente o bico de seu scarpin.

— Desculpa, moço, eu não te ouvi!

O homem, que nem mesmo quando Clara nasceu, era moço, gargalhou, mas ficou lisonjeado por ter sido tratado com educação pela jovem deusa que transportava no veículo. Apesar de tudo, não estava disposto a repetir a pergunta e, por isso, mudou a abordagem:

— Você é atriz?

Dessa vez, foi a jovem quem riu, tapando a boca com uma das mãos, mas exibindo para o espelho retrovisor um par de olhos divertidos.

— Quem dera! Eu sou advogada.

— Alguém se meteu em problemas? — o sorriso do motorista se desfez e sua boca sumiu, perdida no emaranhado de barbas e bigodes brancos.

— Não, não! Eu estou começando aqui na Mighty Star hoje — um pouco por causa do hábito, mas muito pelo nervosismo, Clara falava rápido e o nome da empresa virou Maitistar em uma única palavra.

— Ah, que ótimo saber! Fico muito feliz por você! Minha neta quer ser doutora, também! Quem sabe em alguns anos vocês não trabalharão juntas, aqui? — e parando o veículo na frente de um prédio, concluiu — chegamos!

— Tomara que dê tudo certo para sua neta! Em alguns anos o senhor carregará nos duas nesse carro!

O homem sorriu, mas baixou os olhos, constrangido, enquanto dizia:

— Para falar a verdade, não acho que isso vá acontecer...

— Nossa, mas por que?

— É que, na verdade, os carros elétricos são para uso exclusivo dos atores e atrizes...

Clara arregalou os olhos e, mais uma vez, levou a mão para a boca. Mas, dessa vez, não havia sorriso e seus olhos estavam arregalados:

— Meu Deus! Me desculpa! Nossa, que vergonha!

Rindo, descontraído, o homem respondeu, enquanto se afastava com o veículo:

— Esse fica sendo nosso segredinho! Boa sorte!

Clara respirou fundo e desejou que seu rosto e pescoço parassem de arder de vergonha antes que chegasse na mesa da recepção, mas o destino não quis atender nem mesmo esse mínimo pedido, pois, um rapaz, provavelmente na casa dos vinte anos, vestindo roupa social, pareceu se materializar ao lado da advogada, dizendo:

— Olá, com licença, você é a Dra. Veiga?

"Ah, meu Deus! Se esse moço tá falando comigo agora, com certeza, me viu chegar no carrinho dos atores... ah, que vergonha" — Clara, pensou, enquanto sentia uma nova onda de rubor percorrer por seu pescoço e bochechas. Mas, quando falou, sua voz estava serena:

Improvável TriânguloUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum