Dias depois

Dobrei minha roupa, totalmente irritada. Eu tinha levado meus pais para passear, pois eles estavam aproveitando a Alemanha nos dias em que permaneceriam no país. Minha mãe, feliz pelo bebê, fazia o enxoval com alegria.

Depois que eu os vi juntos, após o casamento, meus dias ficaram escuros. Não queria estar com raiva, no entanto não conseguia mandar nos meus sentimentos naquele momento. Arrumar minhas roupas foi a única atividade que encontrei para não sair do quarto e não os ver.

"Suzane" havia dormido na casa naquela noite, eu já ouvia tais rumores.

Dormiram juntos?

No mesmo quarto?

Juntos?

Quis gritar. Eu não podia estar com raiva dessas suposições.

Respirei fundo e fechei os olhos, concentrando-me. Eu não poderia perder o controle, não poderia perder a mente com essa situação. E seria uma boa saída retornar com meus pais, já que Mel estava bem. Tudo poderia voltar a ser como antes.

Calmo e normal.

Fui interrompida quando bateram na porta. Sorri internamente, orgulhosa. Eu a tinha trancado. Visitas inconvenientes era algo que eu não precisava naquele momento.

- Esther. - Tremi só de ouvir a voz dele. A raiva e o incômodo se intensificaram em tempo recorde. - Sei que está aí. Abra a porta. - Eu apertei a boca para não emitir nenhum som e o toque se intensificou. - Se não abrir, você sabe que eu vou, criança. Estou lhe dando o livre-arbítrio para decidir por si mesma. - Pausou. - Teoricamente.

Evitá-lo durante dias foi um erro. Eu desconfiava de que ele não iria deixar isso passar batido.

Levantei-me da cama, fui até lá, toquei na maçaneta e fechei os olhos por dois segundos, controlando minhas ações. Assim que abri a porta, Peter entrou no meu quarto, puxando-me para si, e a fechou com o pé. Depois me levantou nos seus braços fortes. Seu rosto veio até os meus seios e ele aspirou o cheiro e calor deles, faminto, como sempre estava.

- Pare! - pedi, ainda furiosa, e empurrei seu rosto. - Pare, Peter!

O alemão me olhou de baixo, estreitou os olhos e me pôs no chão a contragosto. Deu dois passos para trás, com uma expressão julgadora e interrogativa.

- O que foi agora? - perguntou depois de um tempo.

Molhei os lábios. Seu olhar me acusava.

- Nada. Só não estou no clima.

- Não está no clima - repetiu. - Desde quando? Desde que começou a me evitar?

- Peter... - Preparei-me para lhe dar uma desculpa e o mandar embora, mas ele se adiantou, mudando de assunto.

- Não curto muito uma cama, mas pelo tempo em que estou esperando, aceito aqui também. - Veio novamente na minha direção.

- Não, Peter! - vociferei.

- Que irritação, Esther - mesmo que ele tenha tentado soar sua fala como uma brincadeira, não era. - Sua felicidade está a menos de dois metros de você. - Apontou para a cama.

- Não vai acontecer. - Caminhei até a porta. - Saia, por favor. - Eu estava tão perturbada, que nem sequer pensei antes de falar. - Já chega! Não quero que aconteça mais nada entre nós.

Ele franziu o cenho quando abri a porta.

- Feche-a!

- Vá procurar outra pessoa, Peter. Me deixe quieta - quase implorei. - Suzane seria uma boa opção.

A Tentação Do Mafioso Alemão - (Degustação) Where stories live. Discover now