PRÓLOGO

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Arrumei mais uma vez o vestido e ergui o queixo, eu teria que convencer a todos naquele restaurante que eu tinha condições de pagar, eu conseguiria o almoço das minhas irmãs sem tanto esforço se fosse esperta

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Arrumei mais uma vez o vestido e ergui o queixo, eu teria que convencer a todos naquele restaurante que eu tinha condições de pagar, eu conseguiria o almoço das minhas irmãs sem tanto esforço se fosse esperta.

Amélia segurou a mão de Maitê e grunhiu amedrontada, falando sem parar que era uma péssima ideia. Neguei e a tranquilizei. Não aguentava vê-las com fome e faria qualquer coisa por elas.

Mel concordou e me elogiou pela aparência. O vestido que usei no Natal passado ainda me caia bem, colado, azul escuro e de alças. Era simples, mas não deixava de ser bonito. A sapatilha era a única que eu tinha então não podia ser outra, a combinação estava satisfatória.

- Me esperem em casa. - avisei antes de começar a andar rumo ao restaurante mais chique do bairro vizinho.

Respirei fundo duas vezes e repeti na mente que era preciso. Eu odiava ter que roubar e ainda assim, adorava a adrenalina que dava quando o fazia.

Sentimentos totalmente contraditórios.

Mas era uma escolha! Não era muito inteligente, já que depender de pegar coisas alheias não era algo digno. O pensamento que me confortava era o de que a minha família valia o esforço.

Ignorei toda a sensação de impotência momentânea e adentrei o restaurante passando pelos homens da entrada com queixo erguido, todas as mulheres mais nobres faziam isso e observei cada pessoa do local para saber onde me sentaria. Mulheres sorrindo, famílias almoçando e rapazes zombando. Era difícil escolher entre eles. Corri meu olhar mais para frente e os cabelos loiros brilhantes me chamaram atenção.

Um homem.

Um único homem na mesa, mexendo no celular enquanto tomava seu vinho de maneira calma. Eu conseguia ver parcialmente seu rosto e era duro, sério e ainda assim, suave. Suas vestimentas mostravam o quão dinheiro ele tinha e, provavelmente, uns trocados não lhe fariam falta. Me aproximei forçando a cara mais inocente que eu tinha, a carteira marrom em cima da mesa facilitava ainda mais meu trabalho. Eu só precisava pegá-la e sair do estabelecimento o mais rápido que pudesse.

Eu faria com êxito, tinha que fazer.

Passei as mãos pelos cabelos e sorri quando um homem de meia idade andava na mesma direção que eu, seria muito útil. Como uma imitação desastrada, tropecei propositalmente e me segurei no corpo do senhor o empurrando para cima do homem elegante. O estrondo que o corpo dele causou na mesa foi alto e meu corpo teve um destino diferente, cai no chão igual uma boneca de pano, contudo, sorri internamente por ter conseguido puxar a carteira antes de encontrar o chão.

- Me desculpe. - o senhor de meia idade falava repetidamente ao homem que foi atingido.

Enfiei a carteira nos seios e fui ajudada a levantar com cautela.

- Se machucou? - o moço perguntou para mim e quase não o ouvi quando minha atenção foi para o homem atrás dele.

Seu rosto não estava mais relaxado e analisava cada movimento que dávamos, o terno bem engomado rente ao corpo musculoso deixava o estilo dele mais formal e sério. Algumas mechas dos cabelos caiam pela testa e o estreitar dos seus olhos em cima de mim me aterrorizou por alguns segundos, me esforcei para desviar o olhar.

A Tentação Do Mafioso Alemão - (Degustação) Where stories live. Discover now