Hook

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- Te vejo à noite, Hook? - perguntou o amigo dele, um tal de Miguel.

- Não sei, cara, vai depender dela - respondeu olhando para mim, apertando minha cintura de leve. Seus olhos brilhavam e isso fez meu rosto esquentar.

- Se puder liberar meu amigo para curtição mais cedo, agradeceria muito, gatinha - piscou e sorriu com os dentes perfeitos.

- Não prometo nada - brinquei.
Nos despedimos e fui andando com o Peter, me questionando novamente sobre como tinha parado nessa situação.

Nós não somos namorados, mas saímos juntos constantemente, e ele parece se importar bastante comigo. Desde que o conheci, uns dois meses atrás, nossa relação veio se aflorando naturalmente, num ritmo que me provocava certos arrepios, mas estou disposta a aceitar o que ele tem a me oferecer. Peter não é tão alto, com seus um metro e setenta e cinco, só cinco centímetros mais alto que eu, mas é um cara que chama a atenção de todos. Sua popularidade é devida pela sua confiança e carisma, daria uma nota sete para ele se fosse comparar sua aparência com a dos amigos, mas ele era um dez por me olhar como se eu fosse a única coisa importante do planeta quando me beijava, e ele beijava muito bem... lentamente. Era tanto uma tortura quanto um prazer.

A única coisa que eu não entendia era esse seu apelido, Hook, até onde eu sei, ele não tem nenhum gancho nas mãos, elas estão em perfeito estado e eu posso afirmar isso com todas as letras. E o nome dele ser Peter deixa tudo mais engraçado.
Perguntei ontem o significado e ele disse que me contaria hoje, fazendo todo um joguinho minucioso para atiçar a minha curiosidade. Minha ansiedade protestou quanto a isso, mas exercícios de espera são ótimos para se combater esse problema, e vindo do Peter, com certeza deve ser algo interessante. Ele nunca deixa a desejar.

Chegamos no apartamento dele e pegamos o elevador, ele morava no sétimo andar. É a primeira vez que venho aqui e meu estômago está agitado de nervosismo, mas as cores do ambiente, em tons de azul pastel e branco, ajudam a amenizar as coisas.

A parte de dentro do apartamento não é muito diferente da recepção, mas o quarto dele me surpreendeu, porque destoa de tudo ali presente. Paredes pretas, móveis em cinza e preto e algumas coisas em branco. É estranhamente confortável, mas me tirava o fôlego a ideia de ficar sozinha aqui com ele. A única coisa que me assustou foi um gancho pendurado bem em cima da cama dele, com uma prata que brilhava quando batia luz.

- O que é isso? - Apontei para o gancho.

Ele olhou o artefato, depois para mim, e fitou o chão sorrindo.

- Nada de tão especial, mas é algo muito útil para se pendurar coisas... - respondeu e colocou a mochila lá. - Viu? Útil!

- É daí que vem o seu apelido? Hook. - pronunciei seu apelido tentando ser sexy e ele deu uma gargalhada.

- Bem por aí, gata, mas você vai entender melhor depois. Esse apelido tem a ver com minha reputação e gosto pessoal, principalmente gosto pessoal - lambeu o lábio superior de um jeito convencido e piscou para mim. - Está com fome, estou faminto - mudou de assunto repentinamente.

- Muita - falei com sinceridade, só havia comido uma banana de manhã. - Posso tomar banho antes?

- Claro, enquanto toma banho eu vou preparar nossa comida. Tem toalhas na prateleira de cima e você pode usar o que quiser.

...

Quando entrei na cozinha senti um cheiro incrível de massa, sentei na bancada de madeira e esperei ele me notar. Estava vestido com luvas floridas e um avental engraçado de patinhos enquanto tirava algo do forno. Minha risada chamou a sua atenção e ele se virou depois de colocar a lasanha na bancada.

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⏰ Última atualização: Aug 22, 2022 ⏰

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