[𝟎𝟎𝟑] 𝐡𝐨𝐦𝐞

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    — Tem certeza de que é uma boa ideia? Não sabemos o que ela pode fazer.

    — É claro que eu não tenho certeza. Mas o que vamos fazer? Deixá-la presa naquela cela? Devolvê-la para eles e deixar que a transformem em algum tipo de arma, para usar contra nós no futuro? Eu sei que ela é perigosa, Hopper, eu já vi o que essa coisa fez com o meu filho, mas não posso deixá-la lá e permitir que se deixe levar por esse monstro. Ela disse que pode controla-lo, e eu vou acreditar nela. Mas não pense que sou ingênua o bastante para me deixar levar por isso, caso eu perceba que isso colocará a vida de alguém ou da minha família em risco, eu irei tomar providências. Ela é só uma garota.

    — Tudo bem, Joyce. Mas me avise se qualquer coisa diferente acontecer. – Hopper disse, se despedindo – E você, garota, tome cuidado está bem? Lembre-se das regras.

    — Controlar. Eu consigo.

    Os dois se dirigiram até a porta para conversarem, enquanto Yelena terminava de comer os ovos. Quando terminou, se levantou da cadeira e começou a observar ao redor. Tudo era tão simples e magnífico, que por um momento Yelena poderia confundir isso com um sonho. Seus olhos pousaram em uma moldura acima da lareira, uma simples fotografia que parecia ter sido registrada a algum tempo. Havia um garoto, acompanhados pela mulher na porta de entrada. Joyce sorria abertamente na fotografia, junto com a criança. A casa parecia decorada com pequenas luzinhas de natal, e o gorro vermelho presente na cabeça da mais velha confirmava esta data.

    — Essa foto é do natal passado – a voz suave de Joyce a chamou atenção, seus dedos pousaram na moldura, apontando para o rosto do garoto – Este é o meu Will.

    O modo como a mais velha dera enfase na palavra meu fez com que Yelena se encolhesse levemente por dentro, mas no fundo sabia que era apenas a maneira que a mulher encontrara de transmitir proteção. Yelena sabia que o garoto era importante para ela. Não havia conhecido o amor materno, mas sabia que era algo forte, e não culpava Joyce por desconfiar dela.

    — Eu sinto muito. – Yelena começou a dizer, sua voz falhando levemente enquanto tentava formular um pedido de desculpas enquanto via o olhar questionador da mulher sobre si – Pelo o que houve com o Will.

    — Não foi sua culpa – ela começou a dizer, parando levemente no final da frase – Não foi você, foi?

    Yelena negou.

    — Eu poderia ter impedido. Eu senti ele também; o monstro. Eu fui egoísta. – resquícios de lágrimas começaram a molhar seus olhos azuis – Eu não conseguiria salvá-lo. Porque doeu. Doía muito.

    Joyce a puxou cuidadosamente para um abraço, e por estar fragilizada demais, a menina se deixou levar pelos braços calorosos da mulher.

    — Ei, ei, tudo bem. Não chore. – o modo como Joyce acariciava os dedos nas costas da pequena fez com que Yelena se esquecesse de tudo a sua volta – Jamais te culparia pelo que aconteceu com o Will. Você é só uma criança, não pediu por nada disso.

    — Agora venha, está ficando tarde e os meninos daqui a pouco chegam. Vou arrumar roupas para você tomar um banho. – continuou, guiando a ruiva até o banheiro da casa.

    Yelena apanhou o par de roupas limpas das mãos da mais velha, consistia em uma camisa e calças que com certeza ficariam largas na garota. Ela não se importava, pagaria por roupas que não fossem aquela camisola de hospital manchada de sangue.

    — Eu coloquei a água um pouco mais fria que o de costume, mas caso sinta que está quente pode me chamar, tá bom? Eu vou fechar a porta para que você tenha mais privacidade, mas qualquer coisa eu estarei na cozinha.

𝐃𝐔𝐒𝐓 𝐈𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐈𝐍𝐃, steve harrington Where stories live. Discover now