[𝟎𝟎𝟏] 𝐟𝐫𝐞𝐚𝐤

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capítulo um; aberração

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capítulo um;
aberração

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24 de abril de 1984

     CORRER NÃO era algo qual Yelena estava acostumada. Seu corpo magro e cansado gritava de dor a cada respiração ofegante dada pela garota.

    Yelena não sabia onde estava, e nem como havia chegado até ali, e por mais que se esforçasse, não conseguia enxergar nada além de algumas árvores altas. Não sabia até quando iria aguentar. O vapor quente do verão se espalhava por todo o seu corpo, fazendo com que cada célula se contorcesse em agonia.

    Continuou andando, seus pés a levaram até uma pequena loja de conveniência.

    — Boa tarde, precisa de ajuda? – uma voz masculina soou atrás de si, fazendo com que a garota pulasse de susto. – Está perdida?

    Yelena ignorou o homem que insistia em se comunicar com ela. Não sabia o que responder, e nem queria, estava maravilhada com as diversas cores e objetos que ocupavam o lugar. Sem citar o cheiro inebriante de comida enlatada que parecia vir de todos os cantos.

    — Ei, garota, sabe que tem que pagar por isso, não sabe? – Yelena parou com uma batata chips entre os lábios, este homem com certeza estava a deixando com dor de cabeça, ela não entendia o porquê de tanto aborrecimento. – Olha, eu vou chamar a polícia, ok?

    Para qualquer um que conhecesse a garota, saberia que toque era o número um na lista de coisa que ela mais odiava. Mas Yelena não conhecia muitas pessoas, e aquele atendente não fazia ideia de quem ela era.

    — Não vai chamar ninguém, entendeu? – sua voz era como um sussurro frágil, do qual a ruiva sequer se lembrava.

    — Eu entendi – o garoto sussurrou, seu pulmão implorando por um pouco de oxigênio, enquanto seu rosto magro adquiria um leve tom de roxo.

    Yelena não sabia o motivo de ter feito aquilo, era arriscado e imprudente, ela sabia, mas estava irritada demais para pensar em consequências futuras. Sentiu sua visão ficar turva e se apoiou em uma prateleira ao seu lado, um líquido quente e escarlate escorria sem parar de seu nariz, sangue. Ela estava fraca, havia se esforçado demais para alguém que passara metade da vida trancada. E devia admitir, telecinese nunca havia sido seu forte.

𝐃𝐔𝐒𝐓 𝐈𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐈𝐍𝐃, steve harrington Where stories live. Discover now