Capítulo 55 - Sentimentos ( Miguel)

En başından başla
                                    

Então, me aproximei dela e a abracei forte.

No início ela tentou se desvencilhar de mim após meu gesto um tanto brusco e inesperado. Senti alguns tapas nas minhas costelas e uma tentativa de me empurrar para longe, enquanto ela me chamava de maluca com uma voz irritada.

Até que eu a apertei mais forte e segurei gentilmente sua cabeça por trás, deitando seu rosto no meu ombro, ao mesmo tempo em que sussurrei ao seu ouvido:

— Ele também te amava muito, Lola...! E o que ele fez pela sua irmã naquele dia, ele faria mil vezes por você. Ele se entregaria mil vezes por você. Porque ele sabia que você o amava, ao contrário do que Lorelei sentia.

Minhas palavras, então, calaram fundo dentro dela e encontraram um solo fértil na sua alma, fazendo finalmente aquela garota admitir seus sentimentos e se render.

Suas pernas fraquejaram e ela teria ido ao chão se eu não a estivesse segurando. E, com sua frágil muralha desfeita em pedaços, ela se entregou totalmente ao choro; um choro desesperado que vinha do fundo da alma.

O senhor Douglas tinha razão. Ela era diferente da irmã. Mas vivia em um ambiente em que a forçavam a odiá-lo, sem permitir que ela expressasse seus sentimentos.

Até que todo amor que ela reprimiu durante tanto tempo se tornou insuportável de segurar. Então, a saudade e a culpa explodiram naquele momento, onde ela extravasou toda a dor acumulada.

— Shhh... está tudo bem... ele sabia que você se importava. — E repeti a expressão que ela mais queria ouvir, mas que também mais a machucava: — Ele a amava muito... — Ela me apertou mais forte junto a si, com o corpo inteiro tremendo enquanto as lágrimas continuavam descendo em soluços fortes.

Depois de vários minutos extravasando aquela dor, seu corpo relaxou um pouco mais. Apesar do choro quase findado, eu ainda a mantive segura em meus braços.

Queria deixar claro que ali ela tinha uma amiga em quem poderia confiar.

— Eu devia ter procurado ele... Meu Deus, eu queria...! — desabafou ela, precisando expor aquilo tudo em palavras. — Mas eu não conseguia...!

— Está tudo bem, Lola — prossegui dizendo, esfregando as suas costas suavemente com as mãos. — Ele compreendia isso. Ela sabia.

— Desculpa, Tainara — pediu ela em seguida. — Eu... não queria ser grossa com você.

— Está tudo bem, não se preocupe. É preciso bem mais do que isso para me ofender — brinquei.

Ela assentiu e abaixou os braços, desfazendo o abraço. Mas se manteve perto de mim. Um tímido sorriso de agradecimento surgiu no seu rosto enquanto eu retribuía.

Com ela se sentindo mais calma, lhe fiz uma pergunta:

— Por que você não muda? Por que não tenta ser você mesma?

— Minha irmã... — respondeu ela, com a voz ainda contida. — Nós sempre fomos muito unidas. Sempre tentando ser iguais, como... sei lá, todas as gêmeas. Ela seguiu por um caminho e eu acabei... acompanhando. — E deu de ombros, sem sentir orgulho nenhum do que acabara de admitir.

— Sua irmã é uma imbecil que é odiada por todo mundo — afirmei. — E você, por tabela, se tornou também uma imbecil que é odiada por todo mundo.

Lola se limitou a manter o silêncio diante do que ouviu.

Porque ela sabia que era uma verdade.

— Eu posso te dar um bom motivo para querer mudar — prossegui, tentando convencê-la a deixar de agir como a sombra da irmã.

Consciência ViajanteHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin